O governo de Javier Milei quer enviar um diplomata de carreira que já tenha experiência no Brasil para ser embaixador em Brasília. O perfil difere do último ocupante do cargo, Daniel Scioli, político peronista indicado pelo ex-presidente Alberto Fernández em 2020.
Scioli, que foi candidato à Presidência em 2015, deixou o cargo para integrar a nova gestão ultraliberal como secretário de Turismo, Ambiente e Esportes, gerando críticas de seu ex-chefe. Motivos pessoais também impulsaram sua volta a Buenos Aires, como um problema de saúde de sua filha.
Até três nomes, ainda não revelados, estão sendo estudados por Diana Mondino, ministra das Relações Exteriores de Milei. Ela é economista e, na estrutura do ministério, também tomou a decisão de se cercar de diplomatas de carreira, o que na Argentina não é obrigatório.
Segundo o portal local El Cronista, a disputa estaria sendo protagonizada por Luis María Kreckler, indicado pelo partido governista A Liberdade Avança e ex-embaixador no Brasil de 2012 a 2015, e uma lista de candidatos promovida pelo PRO, partido do ex-presidente Mauricio Macri.
Os nomes aventados pela legenda são os de Jorge Faurie, ex-chanceler de Macri; Diego Guelar, embaixador da Argentina na China entre 2015 e 2019; e Federico Pinedo, ex-senador próximo a Patricia Bullrich, atual ministra da Segurança e ex-candidata presidencial.
A palavra final sobre o novo representante do país no Brasil, no entanto, é de Milei. Até dezembro, por exemplo, o presidente afirmava que Scioli continuaria no cargo, mas mudou de ideia no fim de janeiro, com a troca sendo oficializada em 15 de fevereiro.
Enquanto o nome não é decidido, a embaixada continua liderada pelo encarregado de negócios, Pablo Antonio de Angelis, antes número dois sob Scioli.
A demora na nomeação é vista como normal, diante de uma agenda externa cheia do novo governo, mas já começa a causar incômodo entre empresários, como no Business 20, grupo dentro do G20, segundo a imprensa argentina.
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