O ato convocado por Jair Bolsonaro (PL) para o dia 25 de fevereiro, na avenida Paulista, em São Paulo, será uma espécie de teste de bolsonarismo para Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador do estado, e Ricardo Nunes (MDB), prefeito da capital.
Tarcísio e Nunes são frequentemente cobrados a se posicionarem publicamente em defesa do ex-presidente pelos aliados mais próximos de Bolsonaro.
Em vídeo, o ex-presidente afirmou que o ato foi chamado para que ele possa se defender das acusações lhe têm sido imputadas. Ele é investigado por sua suposta participação em trama golpista para se manter na Presidência.
Mais recentemente, o governador tem sido pressionado por bolsonaristas por interação amistosa com o presidente Lula (PT) durante evento em Santos (SP) e por não ter se manifestado publicamente em defesa do ex-presidente após a operação da Polícia Federal.
O prefeito conseguiu que Bolsonaro declarasse apoio a sua candidatura no começo de fevereiro, após negociações que se arrastaram por meses. Nesse período, o emedebista foi cobrado diversas vezes a respeito de sua fidelidade ao ex-presidente, inclusive pelo próprio Bolsonaro.
Perguntado pela coluna Mônica Bergamo a respeito da operação da PF, ele não quis responder. Pouco antes, ele disse a jornalistas que tem "plena confiança nas instituições do nosso país e no nosso Judiciário".
A gravidade das acusações contra Bolsonaro e o fato de que o próprio ex-presidente está convocando o ato fazem com que aumente a pressão para a presença de Tarcísio e Nunes.
Em ambos os casos, no entanto, a distância que tentam manter das parcelas mais radicais do bolsonarismo pode se ver prejudicada, a depender do conteúdo das falas do ex-presidente e demais participantes do ato.
Nas redes sociais, bolsonaristas têm cobrado a presença deles e de outros políticos, como o senador Ciro Nogueira (PP), no ato.
"A turma que foi eleita com apoio de Bolsonaro está na hora de definir sua posição e sair de cima do muro", escreveu um usuário. Fabio Wajngarten, advogado do ex-presidente, complementou a publicação com "e a turma que quer ser eleita com o apoio bolsonarista…"
Caso seja processado e condenado pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de Direito e associação criminosa, Bolsonaro poderá pegar uma pena de até 23 anos de prisão e ficar inelegível por mais de 30 anos.
Bolsonaro ainda não foi indiciado por esses delitos, mas as suspeitas sobre esses crimes levaram a Polícia Federal a deflagrar uma operação que mirou ele e seus aliados na última quinta-feira (8).
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