Pensada como solução para acomodar o centrão na reforma ministerial que o governo está finalizando, a separação das áreas de combate à fome e pobreza e de assistência social é um movimento contrário ao que a primeira gestão do presidente Lula (PT) fez no início de 2004.
Em 2003, primeiro ano do primeiro mandato do petista, Lula criou dois ministérios para tratar dos temas: Assistência e Promoção Social, comandado pela hoje deputada Benedita da Silva, e Segurança Alimentar e Combate à Fome, com José Graziano à frente.
Com a criação do programa Bolsa Família no fim daquele, o governo Lula decidiu, em janeiro de 2004, unificar as duas pastas e criou o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com objetivo de integrar políticas de proteção social e comandado por Patrus Ananias (PT).
Quase 20 anos depois, Lula analisa entregar parte do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome ao PP. O deputado André Fufuca (MA) ficaria a cargo da área de assistência social, enquanto o atual ministro, Wellington Dias, se manteria responsável pelas políticas do Bolsa Família e de combate à fome.
Ex-ministra de Assistência e Promoção Social, Benedita diz que "o governo sabe o que faz", mas defende a integração das políticas sociais. A deputada lembra que a unificação das pastas ocorreu após a criação do Bolsa Família.
"Aí o governo entendeu que era melhor ter um único ministério que cuidasse das ações sociais, porque transferência de renda era assistência social", diz. "Por isso é importante trabalhar com ações da política social integrada."
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