O Ministério Público Federal afirma em pedido encaminhado ao ministro Mauro Campbell, do Superior Tribunal de Justiça, que o governador Mauro Carlesse (PSL) aparelhou todo o sistema de segurança pública do estado.
A afirmação consta em decisão que autorizou o afastamento de Cristiano Sampaio, secretário de Segurança de Tocantins. Carlesse também foi afastado do cargo de governador por seis meses.
A suposta organização criminosa liderada por Carlesse, segundo a investigação, interferiu politicamente na polícia estadual e direcionou apurações contra adversários do governador.
O grupo durante a gestão de Sampaio, diz a decisão, alterou normas e retirou "garantias dos delegados de polícia e que possibilitavam investigações sem interferências políticas".
A decisão cita até um flagrante forjado de tráfico de drogas feito pela organização criminosa.
A busca e apreensão da PF e o afastamento de Cristiano Sampaio pegaram de surpresa seus colegas de PF e do Conselho Nacional de Secretários de Segurança Pública.
O delegado federal é visto como de perfil técnico e com experiência em cargos de chefia tanto na PF como em outros governos.
O secretário afastado é delegado da PF desde 2003. Ele foi superintendente no Maranhão, chefiou delegacias importantes nos estados e, em 2013, assumiu a diretoria de Operações da secretaria extraordinária criada pelo Ministério da Justiça para cuidar de grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olímpiadas.
Sampaio também foi secretário de segurança no Distrito Federal, no governo de Rodrigo Rollemberg (PSB).
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