O governador de Roraima, Antonio Denarium (sem partido), diz temer que a entrada de venezuelanos por meio de rotas clandestinas seja um elemento decisivo para que a rede de saúde do estado entre em colapso.
Denarium diz que há dias em que mais de 100 venezuelanos entram no estado por esses caminhos e que pediu ajuda ao Exército para contê-los. A fronteira com o país vizinho está fechada desde março do ano passado.
Segundo dados da Fiocruz, a taxa de ocupação de leitos de UTI em Boa Vista é de 82,2%.
No Hospital Geral de Roraima (HGR), referência no tratamento da Covid-19 no estado, a ocupação de leitos semi-intensivos está em 100%. Dos 92 leitos de UTI, 82% estão ocupados.
Denarium diz que a rede de saúde está sob controle para que o colapso não aconteça, desde que não ocorram eventos inesperados.
“Uma situação que me preocupa é a entrada de venezuelanos. Desde março do ano passado a fronteira com a Venezuela está fechada. Antes a gente estava recebendo aproximadamente 1.000 venezuelanos por dia. Hoje a informação que a gente tem é que estão entrando cerca de 100 venezuelanos por dia clandestinamente, por rotas alternativas", diz o governador ao Painel.
"Ontem [quinta, 25] tive uma reunião com o comandante do Exército aqui, o general [Adriano] Fructuoso, pedindo para ele, junto com nosso secretário de Segurança Pública, fazer uma ação mais intensa na fronteira e na rodovia que vem de Pacaraima para Boa Vista para fiscalizar e conter a entrada de venezuelanos”, completa.
“De uns 60 dias para cá os venezuelanos começaram a entrar. E estão fazendo rotas alternativas. Ou seja, não passam pela triagem, não passam pela BR. Roraima é a segunda maior fronteira do Brasil. Temos 2.200 km de fronteira seca. Ou seja, é muito difícil conter” , continua.
Ele diz que se encontrou com Eduardo Pazuello (Saúde) e Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) na terça-feira (23) e pediu a eles que a fronteira com a Venezuela permaneça fechada.
Apoiador de Jair Bolsonaro, ele diz que o governo federal tem tido atuação certeira na pandemia. “Em nenhum momento faltou apoio. Fez o que pode. Não tem vacina no mercado para vender (...) A contaminação aumentou porque a população achou que o Covid-19 tinha acabado”.
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