Ao ser pego de surpresa pelo decreto de Jair Bolsonaro que inclui academias esportivas, barbearias e salões de beleza na lista de serviços essenciais durante a pandemia do novo coronavírus, o ministro Nelson Teich (Saúde) disse que o tema não é atribuição de sua pasta. "Isso aí é uma decisão do presidente", afirmou.
No entanto, apenas a primeira lista de serviços essenciais anunciada por Bolsonaro em 20 de março passou pelo crivo do Ministério da Saúde, à época comandado por Luiz Henrique Mandetta. Essa lista continha serviços bancários e postais, transporte por táxi e por veículos de aplicativos, entre outros.
Depois da primeira lista vieram outras quatro, cada uma acrescentando mais serviços entre os essenciais. Elas também não passaram pelo Ministério da Saúde.
A decisão tomada sem o aval de Teich acontece em um momento em que o ministro é alvo de críticas por ser supostamente tutelado em suas ações.
Ele é constantemente acompanhado por membros da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro e tem como número 2 o militar Eduardo Pazuello.
Além disso, diversos funcionários do Ministério da Saúde foram recentemente trocados por militares.
Com Mariana Carneiro e Guilherme Seto
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