Duas semanas atrás, enquanto o noticiário ocidental seguia com a "teoria do colapso" da China, os bancos americanos JPMorgan e Citigroup enviaram notas aos clientes retornando à previsão de 5% de crescimento para o país neste ano.
Encabeçadas por seus economistas Zhu Haibin e Yu Xiangrong, respectivamente, as notas diziam que a melhoria dos números a partir de agosto "sugere que o abrandamento econômico desde abril atingiu seu ponto mais baixo [bottomed] e a economia começou a se recuperar". Que "o fundo [bottom] chegou" e desde o fim de agosto "a dinâmica ultrapassou claramente as expectativas".
Até a consultoria Economist Intelligence Unit foi em direção oposta àquela adotada por sua revista, de mesmo nome, e afirmou que os "dados divulgados em setembro pelo Escritório Nacional de Estatística sugerem que a economia bateu no fundo [bottomed]".
Agora veio a confirmação, com o resultado do PIB no terceiro trimestre. No enunciado do South China Morning Post, "Economia da China dobrou a esquina", até mesmo com o "setor imobiliário saindo do fundo" [bottoming out].
No título da análise de Luo Zhiheng destacada pela Caixin, de Pequim, "O pior para a economia da China ficou para trás". No trimestre, "os gastos com serviços continuaram a crescer aceleradamente devido à melhora nas taxas de emprego e nos rendimentos das famílias".
A partir de agora, acrescenta análise de Zhang Shidong no SCMP, "os títulos do governo chinês serão impulsionados por dados econômicos fortes", com menos necessidade de captação.
CHINA DESPEJA 'TREASURIES'
O que não muda é que a China continua se livrando dos títulos do Tesouro americano. No Financial Times, "Venda dos 'treasuries' pela China empurra aplicação para o nível mais baixo em 14 anos".
O temor de que os EUA não honrem o pagamento dos títulos da dívida foi levantado pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "A grande pergunta é, será que tem alguma coisa de fiscal nessa curva de juros americana?", falou, citando a explosão do risco-país.
AS MALETAS
A chinesa CCTV captou a imagem na saída do Grande Salão do Povo, em Pequim, a agência russa RIA Novosti editou e compartilhou (acima), ironizando em sua página no Telegram: "Existem certas maletas sem as quais nenhuma viagem de Putin está completa".
A agência ocidental Reuters explicou depois que uma delas seria "a maleta nuclear da Rússia", ou seja, "uma ferramenta de comunicação segura que liga o presidente ao seu alto escalão militar e daí às forças de foguetes", para ordenar um ataque.
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