Os despachos de Bloomberg e CCTV surgiram às pressas, com os seis primeiros países a se somarem ao Brics, a começar da Arábia Saudita. E "está planejada expansão maior", falou o presidente sul-africano, em aparente referência à Indonésia.
Ficaram para trás as três semanas de negação ocidental, desde o anúncio da Reuters, de que o primeiro-ministro indiano não iria, até a aposta do New York Times, de que a morte do mercenário russo iria roubar o foco na cúpula.
Apesar da cobertura até então, o resultado era esperado a ponto de o terminal da Bloomberg, de acesso mais restrito a investidores, ter adiantado relatório de sua consultoria Bloomberg Economics, abordado parcialmente no site de custo mais baixo.
O bloco ampliado, apelidado de Brics Plus, alcançaria 44% da economia global em 2040, "superando em muito a participação prevista do PIB do G7, de 21%" (gráfico acima).
"Esse afastamento do sistema econômico liderado pelo Ocidente provavelmente vai levar a um tipo muito diferente de ordem global", escreveram os analistas Scott Johnson, Tom Orlik e Ziad Daou. "Os Brics são no geral menos orientados pelo mercado e –com grandes variações no grupo– menos democráticos."
Segundo a análise, "se o motor econômico da China pode estar falhando neste momento, a Índia está pronta para compensar".
Também o Financial Times vinha adiantando a nova ordem nesta semana, com a série "A ascensão das potências médias".
Entre as reportagens, "O plano da China para uma ordem mundial alternativa", "Pontes com todos: como Arábia Saudita e Emirados estão se posicionando por poder" e, a sair nesta quinta, "A luta para destronar o dólar como moeda mundial".
YANG SOBE
Na manchete do South China Morning Post, Xi Jinping, ao lado de Lula na entrevista coletiva do Brics, afirmou que a expansão "histórica" vai trazer "novo vigor" ao grupo.
Até pouco antes, o enunciado era "Especialista em América Latina assume chefia de associação chinesa de amizade" (acima). Yang Wanming foi embaixador no Brasil até o ano passado, lidando com a família Bolsonaro desde 2018, e antes na Argentina e no Chile.
A Associação do Povo Chinês para a Amizade com Países Estrangeiros, segundo o SCMP, "desempenhou papel importante nos esforços para melhorar os laços com os Estados Unidos". Agora, com Yang, "Pequim busca laços econômicos e de segurança mais estreitos com nações da América Latina, como o Brasil".
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