Saiu no perfil de WeChat do Ministério da Defesa da China e se espalhou de imediato por plataformas e sites mais ligeiros, como Guancha e CNBC, "Li Shangfu se encontra com o ex-secretário de Estado dos EUA Henry Kissinger".
O Global Times não noticiou, mas horas antes havia publicado extensa entrevista com o biógrafo do secretário que aproximou Washington e Pequim nos anos 1970, dizendo que "Kissinger tem esperança na restauração dos laços China-EUA e incentiva americanos a trabalhar pela estabilidade mundial".
Li é o ministro da Defesa, mantido sob sanção pela Casa Branca, motivo pelo qual Pequim e Washington não dialogam mais sobre sua crescente tensão militar. De Kissinger, segundo o texto:
"Estou aqui como amigo da China. Desafios e oportunidades coexistem no mundo de hoje. EUA e China devem eliminar mal-entendidos, coexistir pacificamente e evitar confrontos. A história e a prática provaram que nem os EUA nem a China podem se dar ao luxo de tratar o outro como adversário. Se os dois entrarem em guerra, isso não levará a nenhum resultado significativo para os dois povos."
De Li:
"O mundo de hoje está repleto de turbulências. Pessoas de todos os países esperam que a China e os EUA desempenhem um papel de liderança. O caminho do desenvolvimento pacífico que a China está trilhando é uma bênção para o mundo, não um desastre. Os EUA devem fazer um julgamento estratégico correto. O futuro do nosso mundo só será melhor quando os países emergentes e os países desenvolvidos viverem em paz e se desenvolverem juntos.
"Algumas pessoas nos EUA não encontraram a China no meio do caminho, fazendo com que as relações sino-americanas pairassem no ponto mais baixo. A realidade da interdependência entre os dois países foi ignorada, a história de cooperação vitoriosa foi distorcida e a atmosfera de comunicação amigável foi destruída."
Procurada pela CNBC, a chancelaria americana não quis comentar. Mais por Reuters e Bloomberg.
CHINA E RÚSSIA VS. JAPÃO
A visita de Kissinger acontece no momento em que, segundo South China Morning Post, Global Times e agora também o nipo-britânico Financial Times, "China e Rússia realizarão exercício militar conjunto em águas estratégicas perto do Japão" (acima).
Também no momento em que, segundo o Wall Street Journal, "Washington incitou Tóquio a considerar papéis como caçar submarinos chineses em torno de Taiwan", em caso de tomada da Ilha por Pequim, mas o Japão "não se comprometeu".
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