Após o susto com o PIB do segundo trimestre, saiu em Pequim o documento "Opiniões do Comitê Central do Partido Comunista da China e do Conselho de Estado para a Promoção do Desenvolvimento e Crescimento da Economia Privada".
Foi traduzido para o inglês e analisado pela newsletter Pekingnology, hoje referência para o exterior sobre decisões e noticiário de dentro da China. É produzida pelo jornalista Zichen Wang, do think tank Centro para a China e a Globalização, de Pequim.
"No sistema político da China, um documento dos dois órgãos é o mais alto possível", explica. Foi destaque no telejornal Xinwen Lianbo (imagem acima) e manchete nos sites de veículos do partido —até o encontro de Xi Jinping e Henry Kissinger.
"Pequim trabalha para mudar a narrativa", diz a Pekingnology. O documento reafirma e detalha o apoio à iniciativa privada, tendo sido antecipado, ao longo das últimas semanas, por reuniões com empresários chineses e também americanos e japoneses.
Veio acompanhado de artigos de apoio assinados por Ma Huateng ou Pony Ma, da Tencent, e Lei Jun, da Xiaomi. Abrindo o texto do primeiro, no WeChat, "A economia privada é uma força importante para promover o desenvolvimento econômico e social".
No enunciado da Caixin, principal veículo financeiro de Pequim, "China promete criar um setor privado 'maior, melhor e mais forte'".
A Bloomberg fez um primeiro texto ressaltando o apoio de Ma, "Bilionários chineses dão peso ao impulso do setor privado", mas depois focou a resposta contida do mercado financeiro, "Grande impulso de Xi ao setor privado tromba com muro de ceticismo".
Destaca, de Alan Li, da Atta Capital, de Hong Kong: "Está mais para um enquadramento [framework]. Investidores esperam medidas de estímulo mais específicas, como o afrouxamento nas políticas imobiliárias e mais gastos fiscais".
MAIS UMA VEZ NA ENCRUZILHADA
Xi Jinping evitou o enviado americano para o clima, John Kerry, mas recebeu com sorrisos públicos o ex-secretário de Estado Henry Kissinger (acima, em vídeo do canal de notícias CGTN veiculado pela ministra-assistente do exterior, Hua Chunying).
Foi manchete online até no Renmin Ribao (Diário do Povo), com foto dos dois e destaque para a frase de Xi de que "China e EUA estão mais uma vez na encruzilhada".
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