A judoca brasileira Bia Souza, que acaba de ganhar o primeiro ouro do Brasil nas Olimpíadas de Paris, já falou sobre como o esporte foi fundamental para ela aprender a valorizar e a aceitar o próprio corpo.
Em entrevista à revista Glamour, publicada em maio deste ano, a atleta revelou que, a partir da adolescência, começou a se sentir desconfortável por ser muito grande e muito alta na comparação com as suas amigas. Ela disse que foi uma fase difícil em que não se aceitava.
A prática do judô mudou essa percepção. "Observando as pessoas à minha volta, na minha categoria, e com a minha principal adversária técnica, Maria Suelen Altheman [judoca brasileira], eu aprendi que a melhor coisa que poderia fazer por mim era amar meu próprio corpo. E assim, simplesmente, me acostumei a gostar dele", afirmou.
"O esporte me empoderou e mostrou o poder gigantesco que tenho dentro de mim", completou.
À revista, Bia disse também que passou a ignorar a opinião das pessoas que não a conheciam. "Acham que só porque sou gorda não faço dieta e não sou saudável. Criticam sem saber. Além de ser a minha ferramenta de trabalho, essa sou eu. É o que me define, o que me faz acordar e dormir. Tudo aconteceu e acontece por causa desse corpo", afirmou.
No ano passado, a atleta foi eleita a melhor judoca de 2023 pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil). Conquistou o bronze no Mundial disputado em Doha, no Qatar —já havia ficado com a prata em 2022—, e nos Jogos Pan-Americanos de Santiago e conquistou o título do Grand Slam de Baku, no Azerbaijão.
No depoimento à Glamour, ela disse que estava "muito confiante de que teria um bom resultado em Paris", mas que tentava não se colocar no patamar de promessa. "Vou me divertir na competição, que é o que eu mais gosto de fazer. Tenho certeza de que ainda vou conquistar o mundo."
com BIANKA VIEIRA, KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH
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