Aliados do presidente Lula (PT) minimizaram publicamente a ausência do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), na cerimônia que marcou um ano dos ataques golpistas de 8 de janeiro. O ato ocorreu na tarde de segunda-feira (8), em Brasília.
Lira, que havia sido escalado como um dos oradores da solenidade, cancelou sua presença alegando problemas de saúde na família. Para alguns petistas, o fato de o parlamentar ter apresentado uma justificativa o isentaria de ser associado a opositores que buscaram esvaziar o evento propositalmente.
"Ele foi para as redes sociais e assumiu claramente a defesa do ato. Até porque não podia ser diferente, né? Ele é presidente de um Poder, e esse Poder foi brutalmente atacado", afirma a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra (PT), que representou os demais chefes dos estados no evento.
Como mostrou a Folha, aliados do presidente da Câmara viram sua ausência como uma maneira de ele se preservar junto a parlamentares mais alinhados à direita na Casa, críticos da realização do ato.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, também acolhe a justificativa apresentada por Lira, mas condena aqueles que optaram pela ausência, como foi o caso de Romeu Zema (Novo) e outros governadores ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Aqueles que não vieram no ato vão marcar o seu nome na história do Brasil assim como aqueles que votaram contra a eleição direta no Congresso Nacional durante a ditadura militar", diz Teixeira à coluna.
"Evidentemente, temos casos em que foram justificadas as ausências, como a de Arthur Lira, mas todos aqueles que não vieram de propósito vão registrar os seus nomes nos anais da história", acrescenta o ministro.
Batizada como Diretas Já, a campanha pela realização de eleições diretas para presidente em 1984, citada por Teixeira, sagrou-se como a maior mobilização popular da história do país.
A emenda, contudo, caiu no Congresso. Votaram contra 65 deputados, e 113 se ausentaram. Houve ainda três abstenções, e a proposta acabou recebendo 22 votos a menos do que o necessário para ser aprovada.
Ao falar do ato desta segunda-feira, Fátima Bezerra contemporiza e diz que as atenções devem ser voltadas aos governadores que se fizeram presentes, não aos faltantes. De acordo com o Palácio do Planalto, representantes de 11 estados e a governadora interina do DF, Celina Leão (PP), compareceram.
"Dá para a gente respeitar as justificativas dos que aqui não vieram, mas a maioria aqui esteve expressando para o povo brasileiro exatamente o que nós queríamos expressar: com a democracia não se brinca", afirma a governadora do Rio Grande do Norte.
"Para além das diferenças políticas ou ideológicas, o nosso compromisso é com a Constituição e com a defesa da democracia", completa.
MICROFONE
A atriz e modelo internacional Dani Gondim vai se lançar como cantora. Ela assinou com a gravadora D&E Records para desenvolver um álbum, que deverá chegar ao público neste ano. O convite surgiu após a artista compor e cantar, ao lado do músico Marcinho, "Nuvens de Chantilly". A canção foi feita para o curta-metragem de mesmo nome em que Dani também atua.
"Cantar sempre foi um lugar de muita liberdade para mim. Agora tenho que transformar essa sensação, que sempre foi de conforto, e colocar uma tensão profissional nela", diz.
com BIANKA VIEIRA (interina), KARINA MATIAS e MANOELLA SMITH; colaborou GEOVANA OLIVEIRA
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