� economista. Na coluna, tratou das grandes discuss�es econ�micas internacionais adaptadas ao contexto brasileiro.
O que pensam os brasileiros?
Quando o assunto � o estado da economia brasileira, o que n�o falta � opini�o de economista. H� os que acham que o governo, embora respons�vel pela situa��o lastim�vel do pa�s, teve a coragem de mudar a gest�o macroecon�mica.
H� tamb�m os que acreditam que o ajuste fiscal e a corre��o da pol�tica monet�ria implantados pela atual equipe econ�mica sejam fundamentalmente corretos, mas se abst�m de diz�-lo publicamente –ou ao menos de defender a vis�o com contund�ncia– por motiva��es pol�ticas, ideol�gicas ou de outra natureza qualquer.
Por fim, h� os que recha�am veementemente as corre��es de rumo do governo, usando r�tulos simpl�rios para desqualificar o inevit�vel.
Para quem falam esses diferen- tes grupos de economistas? Quem os ouve? E, mais importante, como pensa a popula��o n�o especiali- zada, o que acham os n�o economistas sobre a situa��o econ�mi- ca do pa�s?
Pesquisa recente conduzida pela Ideia Intelig�ncia (www.ideiainte ligencia.com.br) com cerca de 20 mil pessoas provenientes de 69 munic�pios brasileiros mostra como o quadro atual tem influenciado o sentimento da popula��o brasileira.
C� est�o alguns n�meros reveladores: 78% acreditam que as perspectivas do mercado de trabalho haver�o de piorar nos pr�ximos meses, isto �, que ser� cada vez mais dif�cil encontrar empregos; 86% acham que a infla��o vai continuar a subir ao longo de 2015, revelando que, para uma amostra representativa da popula��o brasileira, o que o Banco Central diz e escreve � irrelevante; por fim, cerca de 65% dos entrevistados acham que os impostos continuar�o a subir, afetando a renda e o custo de vida.
Ou seja, ainda que muitos n�o leiam jornais ou acompanhem as colunas escritas por economistas, eles sabem muito bem diagnosticar a situa��o atual a partir das experi�ncias do cotidiano: o vizinho que perdeu o emprego, a conta de luz que dobrou, o sal�rio que n�o d� conta da compra de supermercado, a falta de dinheiro do governo que exige mais impostos para cobrir gastos engessados.
Mais interessante, por�m, � o que a pesquisa revela sobre a quem a popula��o atribui a responsabilidade por esse quadro desolador. H� uma narrativa, comum entre os economistas refrat�rios ao ajuste, de que ter Joaquim Levy como ministro da Fazenda –um representante leg�timo do "neoliberalismo"– tem l� suas vantagens. A principal � que qualquer fracasso da pol�tica econ�mica, qualquer desgaste por ela causado, � culpa dele, n�o do governo.
Pois bem, a pesquisa feita pela Ideia Intelig�ncia mostra que 15% da popula��o acha que o ministro da Fazenda � Guido Mantega; 21% sabem que o ministro � Joaquim Levy; e, pasme, 64% n�o fazem ideia de quem seja o ministro. Contudo, 88% dos entrevistados reprovam a gest�o macroecon�mica, enquanto apenas 8% aprovam-na e m�seros 4% n�o t�m opini�o.
Eis, portanto, o �bvio: a popula��o sabe muito bem atribuir os desmandos atuais �s pol�ticas desencontradas da presidente Dilma durante seu primeiro mandato.
Fica, portanto, o recado: aos economistas que falam uns para os outros, aos economistas que se sentem tra�dos pela guinada da pol�tica econ�mica, a respons�vel pelo descalabro atual tem nome, sobrenome e possui par de cromossomos id�nticos. O resto � gin�stica intelectual.
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