� economista. Na coluna, tratou das grandes discuss�es econ�micas internacionais adaptadas ao contexto brasileiro.
H� um pessimismo exagerado no pa�s?
Eu n�o li o livro de Mariana Mazzucato, autora de "Estado Empreendedor "" Desmascarando o Mito do Setor P�blico vs. Privado". Contudo, li sua entrevista concedida ao "Valor Econ�mico", em que afirma haver pessimismo exagerado no Brasil.
A entrevista veio acompanhada da not�cia de que a professora da Universidade de Sussex se reuniu nos �ltimos dias com a presidente Dilma e sete de seus ministros. Parece que ela tem "bom tr�nsito no Minist�rio da Ci�ncia e Tecnologia e no BNDES", al�m de estar sendo "cotada para ser consultora do governo na �rea de inova��o".
De acordo com a entrevista ao "Valor", Mariana Mazzucato est� afinada com os signat�rios do novo manifesto de economistas heterodoxos –mais um– contra as pol�ticas econ�micas do governo.
A pesquisadora afirma que pol�ticas contracionistas n�o funcionam e pediu ao entrevistador que lhe dissesse um pa�s onde elas haviam funcionado. N�o � papel do rep�rter lembrar � entrevistada que, naquele exato momento, ela pisava em solo onde as pol�ticas de ajuste haviam n�o apenas funcionado mas pavimentado o sucesso dos "anos Lula" por ela elogiados, o per�odo de extraordin�ria bonan�a externa em que o respaldo � solidez macroecon�mica foi mantido.
O Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, o regime de metas de infla��o, o c�mbio flutuante, tudo aquilo que sabemos ter trazido enormes benef�cios para o pa�s nos �ltimos anos. Tudo que foi desarranjado no primeiro mandato de Dilma Rousseff e que a presidente agora tenta reconstruir com seu ministro exilado. Ex�lio, pois Levy � o general em labirinto unicamente brasileiro.
A entrevista est� repleta de elogios ao BNDES, ao papel do banco de fomento na condu��o da inova��o e da produtividade. Os leitores que acompanham essa coluna sabem que j� falei de ambos: do BNDES e da falta de produtividade. Ali�s, sabem tamb�m que j� relacionei o BNDES � falta de produtividade no Brasil.
O canal � simples e bastante relevante, como revela pesquisa emp�rica recente que hei de publicar em breve: a presen�a maci�a do BNDES no mercado de cr�dito brasileiro com suas linhas subsidiadas pressiona as taxas de juros reais, o custo do capital.
O custo mais elevado do capital desincentiva a forma��o bruta de capital fixo, o investimento. Sem investimento, como a pr�pria autora do "Estado Empreendedor" reconhece, n�o h� ganho de produtividade. Portanto, o "Estado Empreendedor", se � que a ideia faz algum sentido, tem limites muito claros, assim como tem a atua��o dos mercados na aus�ncia de mecanismos adequados de regula��o.
O Brasil est� fazendo um ajuste doloroso porque acumulou desequil�brios severos. O Brasil est� comendo o p�o que (complete com o nome que desejar) amassou porque passou muito tempo acreditando que todos os antigos problemas estruturais haviam sido resolvidos com o man� das commodities.
Agora, precisa arrumar as contas p�blicas, reduzir o papel do Estado, que pesa como chumbo sobre o investimento das empresas –ser� que a autora conhece o tamanho de nossa carga tribut�ria?–, e encontrar alguma f�rmula para resgatar a produtividade. Tal f�rmula certamente n�o passa pelo empreendedorismo que semeou BNDES e protecionismo e colheu juros, infla��o e desemprego.
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