� doutor pela Universidade de Oxford e ensina rela��es internacionais na FGV. Escreve �s quintas.
Washington se prepara para a corrida presidencial brasileira
J. David Ake/Associated Press | ||
O Capit�lio, em Washington, nos Estados Unidos |
Quem lida com o Brasil em Washington faz parte de um c�rculo pequeno, mas com grande impacto sobre o nosso ciclo eleitoral: a simpatia do establishment americano facilita ou dificulta as chances de qualquer candidatura presidencial. Isso ocorre porque o tom utilizado naquela capital a respeito dos candidatos � Presid�ncia da Rep�blica molda as expectativas do mercado e este, por sua vez, afeta as prefer�ncias do eleitor. N�o � toa, todos os presidentes do ciclo democr�tico buscaram operar em Washington durante os longos meses de campanha.
Agora, pela primeira vez em mais de um ano, a leitura daquela cidade sobre a crise brasileira ganha contorno claro.
Temer, por exemplo, virou t�xico. A imagem das malas de Geddel e as pesquisas de opini�o contaminaram de vez a conversa sobre o Brasil no Executivo e no Legislativo. Ningu�m acha que o presidente v� cair e, no Tesouro e em Wall Street, h� otimismo a respeito das reformas econ�micas. Mas corre solta a fofoca segundo a qual investidores estrangeiros interessados nas novas privatiza��es continuam sendo acossados por membros da classe pol�tica brasileira em busca de vantagens indevidas.
O PSDB j� perdeu a reputa��o amealhada. A�cio � motivo de chacota e, na semana passada, quando FHC esteve na cidade para repetir que as institui��es brasileiras "est�o funcionando", a mensagem foi recebida com doses volumosas de sarcasmo, pois a tese n�o para em p�. Geraldo Alckmin continua desconhecido, apesar da relev�ncia de S�o Paulo nos bancos de fomento sediados naquela capital. E todos querem saber se ele est� envolvido na Lava Jato.
Men��es a Lula sempre v�m acompanhadas de perguntas sobre suas chances de pris�o. Tamb�m cresce a analogia entre ele e Lopez Obrador, candidato mexicano � Presid�ncia que selou reputa��o em Washington como desvairado e irrespons�vel.
Quem mais gera curiosidade neste momento � Doria. Numa cidade sedenta por identificar uma lideran�a com a qual o establishment americano possa fazer neg�cio, o prefeito nada de bra�ada. Isso poder� acabar de s�bito, caso apare�a outra personalidade capaz de se comunicar bem naquele ambiente.
A inc�gnita � Bolsonaro. Prestes a embarcar em sua primeira miss�o a Washington, o deputado � novidade ex�tica no mapa eleitoral. Em que pesem suas condena��es na Justi�a por apologia ao estupro e declara��es racistas e homof�bicas, ele encontrar� uma cidade aberta ao jogo. Mesmo que sua ret�rica destoe da realidade, ele poder� emplacar uma imagem de conservador cordato, com pol�tica econ�mica ortodoxa e foco em seguran�a p�blica. � o tipo de pacote que o establishment gosta de comprar.
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