Maria Inês Dolci

Advogada especializada na área da defesa do consumidor.

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Não acredite em remédios milagrosos, nem nos muito mais baratos

Compra de medicamentos sem receita multiplica riscos à saúde da população

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Por muito tempo, a automedicação foi vista como um pequeno deslize e até mesmo como autodefesa contra os preços das consultas médicas, inacessíveis para milhões de brasileiros, exceto no SUS (Sistema Único de Saúde). Mas os riscos estão se multiplicando com a compra de medicamentos, sem receita, a partir de propagandas na internet. Isso também ocorre com procedimentos estéticos praticados por pessoas não habilitadas, o que têm provocado graves consequências, inclusive mortes.

Fotografia colorida mostra pote transparente, visto de cima, com pílulas coloridas de diferentes medicamentos
Unsplash

Com saúde não se brinca. Ou não deveríamos brincar, porque até medicamentos inofensivos podem piorar uma doença, provocar outras ou, novamente, matar. Picaretas utilizam a imagem de profissionais respeitados, como ocorre, infelizmente, com o dr. Drauzio Varella, para divulgar falsas propriedades milagrosas de produtos que vão da disfunção erétil à redução do tamanho da próstata.

Pretensos profissionais –embora alguns realmente tenham diploma– prometem a cura de doenças com chás, consumo de alimentos e outras práticas irresponsáveis. Geralmente, a propaganda fake está associada a frases chamativas e ilusórias, como "o que a indústria farmacêutica não quer que você saiba". Esse é o gatilho para oferecer um placebo que, às vezes, não somente não cura como agrava doenças.

Há também, da parte de quem acredita nestes embusteiros, um tanto de irresponsabilidade, porque cura do câncer e de outras doenças graves, se verdadeiras, seriam manchete de capa em todos os jornais, bem como teriam reportagens em telejornais, em noticiários de rádio etc.

Por mais que haja lobbies de grandes corporações, não acredito que consigam evitar que tratamentos simples e mais baratos sejam utilizados para não concorrer com produtos mais caros. Ainda mais quando as redes sociais fazem com que uma informação relevante se torne trending topic, ou seja, assunto em alta.

Dificilmente se compra um produto pela metade do preço médio que vigora no mercado. Se isso ocorrer, fique atento, porque podem ser produtos contrabandeados ou roubados. E, em muitos casos, falsificações grosseiras, perigosíssimas para a saúde. Sempre sugiro a consulta e a comparação de preços antes das compras, mas há limites para descontos e promoções.

Remédios, além disso, devem ter número de registro na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o que combate o uso de medicamentos não comprovados cientificamente.

Vá ao médico, ainda que tenha de esperar um bom tempo na fila de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), ou que necessite de paciência para marcar uma consulta via plano de saúde. Esse tempo despendido, certamente, será compensado por redução de riscos à saúde.

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