Laura Muller

Psicóloga clínica, comunicadora e especialista em educação sexual. É autora de 'Educação Sexual em 8 Lições - Como Orientar da Infância à Adolescência', entre outras obras.

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Privacidade: algo fundamental para as relações sexuais

A porta fechada é fundamental para viver bem os encontros amorosos, e o desafio é criar esse ambiente e respeitá-lo

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A vida a dois costuma ser assim: sem privacidade, nada feito. Não dá para relaxar o suficiente para o encontro amoroso e sexual ser descontraído, confortável e, especialmente, muito prazeroso.

Como conquistá-la e respeitá-la é que é o grande desafio, ainda mais nos dias atuais, de muita exposição de tudo e de todos nas mídias, por exemplo. Mas dá para virar esse jogo e viver de um jeito bem mais saudável e gostoso.

Pra começo de conversa, é importante entender que as vivências sexuais pertencem mais ao campo do privado, do íntimo, de cada pessoa. E combinam mais com esse ambiente privativo, ou seja, com privacidade. Por exemplo, sem interrupções de outras pessoas. Ou olhares. Ou comentários. Ou qualquer outra intromissão do tipo.

Vou exemplificar melhor. Quando um casal vai para a cama pelas primeiras vezes, independentemente de ser jovem, adulto ou bem mais velho, é importante que as duas pessoas estejam tranquilas, com a porta trancada, para que fiquem à vontade ali para se perceber, se descobrir, e viver as carícias e as práticas sexuais no ritmo de cada uma, de um jeito o mais confortável e prazeroso possível.

Fechadura
Fechadura - Unsplash

Correr o risco de ser flagrada por alguém pode até ser excitante na imaginação de algumas pessoas, mas na prática pode levar a dificuldades masculinas para ter e manter a ereção, ou controlar a ejaculação, por exemplo. E levar também a dificuldades femininas para relaxar o suficiente para se estimular, viver a penetração com prazer e sem dor, e chegar ao orgasmo.

Ou seja, a privacidade, à porta fechada e em ambiente seguro, pode ser fundamental para viver bem os encontros amorosos e sexuais e toda a troca de intimidade envolvida neles. O desafio, portanto, é conseguir criar esse ambiente, e respeitá-lo.

A questão do respeito a esse ambiente seguro tem a ver com o tirar ou não do privado o que é para ficar no âmbito do a dois. Quer dizer, tornar ou não público o que era para ficar entre o casal.

Vou exemplificar melhor aqui também. Quando um casal vive experiências amorosas e sexuais e um, ou ambos, do par sai contando detalhes para outras pessoas, ou mostrando cenas que gravou e/ou fotografou, essa exposição pode ser algo bem nocivo para relação e para quem está nela, caso isso não tenha sido combinado com as partes envolvidas. E em alguns casos é bem nocivo até mesmo quando uma dupla resolve, de comum acordo, expor intimidades de casal.

Isso porque, como falamos no início, sexo pertence mais ao campo do privado, e não do público. Manter as coisas que pertencem ao casal nos limites do casal costuma ser a decisão mais saudável, prazerosa e acertada.

Claro que cada pessoa pode e deve decidir o que quer fazer com a própria vida. Mas vale lembrar: no amor e no sexo, ou em qualquer outra vivência compartilhada, cada pessoa só deve ir até onde aquela prática não fere física nem emocionalmente a si mesma, nem a quem está ao lado.

Respeitar esse limite é fundamental para a saúde física e emocional e para o bem viver a dois. E manter a privacidade costuma ter tudo a ver com isso, não é mesmo? Portanto, vale refletir e pesar bem todas essas questões.

Então, até a próxima coluna!

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