Laura Muller

Psicóloga clínica, comunicadora e especialista em educação sexual. É autora de 'Educação Sexual em 8 Lições - Como Orientar da Infância à Adolescência', entre outras obras.

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Sexo na adolescência e na vida adulta tem diferenças importantes

Se algo vai além de seus limites, não faça e lembre que recuar é sabedoria, e não falta de coragem

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Sim, há enormes diferenças quando o assunto é sexo na adolescência ou na vida adulta. E hoje vamos falar de algumas delas, que considero um tanto importantes seja para quem está numa fase ou noutra.

A começar pela adolescência. Essa é uma fase de experimentações e de busca de respostas para perguntas como: De quem eu gosto? De quem eu não gosto? Como me sinto em relação ao desejo amoroso e sexual? Tenho atração por pessoas do mesmo sexo que eu? Ou do outro sexo? Ou de ambos os sexos? Ou me atraio por pessoas de variados sexos e gêneros? E quem eu sou? Como gosto de me apresentar ao mundo? Enfim, como me sinto em relação a gêneros e às formas de viver a sexualidade?

Além de buscar respostas como essas e de fazer uma série de experimentações, a adolescência é marcada também, em geral, por um intenso desejo sexual. Como os hormônios estão à flor da pele, e tudo é novidade, a vontade de ter vivências no campo amoroso e sexual é intensa. Há muita energia disponível para isso. E muita curiosidade também.

Até aqui tudo bem. Os problemas começam quando quem está na adolescência ignora a fase em que está e decide ultrapassar alguns limites. Ou seja, decide ter práticas no campo sexual que exigem uma etapa mais amadurecida da vida.

Estou falando aqui de práticas que até podem parecer inofensivas no olhar do mundo atual, mas que na verdade carregam potencial de serem um tanto nocivas à vida do jovem ou da jovem. Como trocar nudes. Ou topar práticas sexuais que envolvem fantasias mais ousadas, como sexo a três ou em grupo. Ou entrar em ciladas, como festas regadas a abuso de álcool e drogas e sexo sem nem se lembrar com quem.

Personare- O que falar na hora do sexo
Casal heterossexual abraçado na cama - Dainis Graveris/Unsplash

No mundo adulto, quando a pessoa topa alguma das práticas acima, espera-se que esteja amadurecida o suficiente para lidar com o peso, a responsabilidade, o custo físico e emocional e todas as outras dificuldades caso as coisas deem muito errado nessa história.

A troca de nudes por exemplo. E se vazar? E se toda a turma de amigos vir? E se outras pessoas que você nem conhece tiverem acesso a esse seu material tão íntimo? Essa é uma das práticas um tanto comuns nos dias atuais, em qualquer idade, mas que certamente deveria ser postergada para a fase adulta, ou seja, para um momento mais amadurecido da vida.

Os sexos a três ou em grupo também entram nessa lista do "melhor deixar pra outra fase da vida". Quando se é muito jovem, tudo pode parecer bem divertido e desafiador. Mas é importante lembrar que o sexo a dois já é uma experimentação e tanto, cheia de desafios, de descobertas, de ansiedades e de superações.

Incluir mais pessoas nessa equação tende a ser algo excessivo para uma fase ainda não tão amadurecida da vida, como é a adolescência. Melhor esperar um pouco mais.


Baladas com abuso de álcool e drogas, e sexo sem nem lembrar com quem, são ciladas na certa para o mundo jovem (e para o mundo adulto também). Já falamos sobre isso por aqui, em outras colunas, mas vale repetir: além do dano à saúde que o abuso de álcool e drogas nos traz, sexo sem nem lembrar com quem é um risco gigante de se infectar com as IST (infecções sexualmente transmissíveis), e de se machucar física e emocionalmente. Ou seja, melhor evitar.

Essas são apenas algumas dicas em torno das diferenças entre as fases da vida. Mas a dica maior vem agora: tenha bom senso. Se algo vai além de seus limites, não faça! Recuar é sabedoria, não é falta de coragem.

Até a próxima coluna! E se você tem alguma pergunta ou sugestão, mande para [email protected].

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