Uma possível explicação para a atual situação da pandemia pelo novo coronavírus em nosso meio foi sugerida recentemente em editorial de revista norte-americana especializada em saúde pública.
Caitlin R. Williams, Jocelyn G. Kesterbaum e Benjamim M. Meier analisam na revista AJPH, editado pela Associação Americana de Saúde Pública, o nacionalismo populista ressurgente que vem adotando caminhos de possíveis consequências permanentes para a saúde das populações.
Em contraste com a governança global, forma de apoio para necessidades básicas e direitos humanos universais, o nacionalismo procura fechar-se para dentro, priorizando interesses nacionais sobrepostos aos demais.
E para consolidar o poder, explicam os autores, usam o populismo como uma estratégia política construída na divisão colocando “o povo” contra “a elite”.
O nacionalismo populista ataca onde saúde e direitos humanos estavam crescentes antes do surto da Covid-19, com aprimoradas táticas aplicadas, e ampliadas atualmente na resposta à pandemia, como não usar máscara e evitar a vacina.
Williams e os colaboradores destacam que populismo e nacionalismo têm em comum tendências autoritárias e citam como exemplos os ex-presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como autores de medidas para enfraquecer instituições que podem defender as regras da lei e limitar os poderes desses políticos, quando investidos de autoridade.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.