O isolamento social recomendado pelas autoridades sanitárias para evitar a contaminação pela Covid-19 não é somente mais uma das medidas contra a disseminação do novo coronavirus.
Terence Chorba, do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), descreve na revista Emerging Infections Diseases a contribuição do isolamento social, por ele também denominado de distanciamento social, como forma efetiva para o controle de muitas doenças ao longo dos séculos.
Esta medida, simples e prática, evita a transmissão dos novos coronavirus de pessoa a pessoa.
Entretanto, entre os vários bons exemplos, o autor tropeça nos tempos bíblicos com a "lepra" (hanseníase).
Naqueles tempos, segundo o professor Abrahão Rotberg, autoridade internacional em hanseníase, o que era denominado "lepra" como as alterações da pele e couro cabeludo observadas naquela época, corresponderia mais a parasitoses, piodermites, psoríase, vitiligo e pênfigo do que à própria hanseníase.
Já no século 14, em tempos de peste, os navios e viajantes suspeitos de portar a doença ficavam isolados nos portos italianos por 40 dias, o que deu origem ao termo quarentena como medida de isolamento.
Terence Chorba lembra ainda que o isolamento observado em pandemias anteriores tornou possível a mentes privilegiadas produzir obras primas.
O autor lembra da peste entre os anos de 1603 e 1613, quando o dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616) aproveitou o tempo nos bloqueios intermitentes e deixou para a humanidade obras como "Rei Lear" e "Antônio e Cleópatra".
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