Julianna Sofia

Jornalista, secretária de Redação da Sucursal de Brasília.

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Mirradas tetas

No país de 13,2 milhões de desempregados, amigo de Bolsonaro ganha boquinha de R$ 55 mil

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Há dez anos, o escândalo dos atos secretos do Senado escancarava a existência de boletins usados sorrateiramente pela cúpula da Casa para nomear cupinchas e familiares de senadores e funcionários a sinecuras legislativas. Um sorvedouro de dinheiro público. O processo dormita na segunda instância da Justiça Federal, sem solução.

O Brasil de hoje, com 13,2 milhões de desempregados, pouco mudou.

Um amigo do presidente Jair Bolsonaro teve o nome descartado para uma gerência da Petrobras no início deste ano depois de passar pelo escrutínio da governança da estatal. Foi constatado que ele não tinha experiência para o cargo. Neste mês, no entanto, o chegado do presidente ganhou sua prebenda. Embolsará R$ 55 mil mensais como assessor da presidência da petroleira.

Imagem do Facebook de Carlos Victor Guerra Nagem, que foi indicado para cargo na Petrobras
Imagem do Facebook de Carlos Victor Guerra Nagem, que foi indicado para cargo na Petrobras - Reprodução/Facebook

Assim como o caso do companheiro de Bolsonaro, outros ululam entre praticantes da nova política —cuja retórica, acertadamente, volta-se contra desperdício dos recursos do Estado e mordomias bancadas pelo povo. Um grupo de deputados federais do partido Novo, por exemplo, aderiu a benesses da velhacaria.

Desfruta sem reservas de auxílio-moradia —um dos privilégios combatidos pela legenda na campanha eleitoral—, registra gastos excessivos com passagens aéreas financiadas pela União, além de despesas supérfluas da chamada cota parlamentar. No gabinete de um deles, uma assessora usou transporte pago pela Câmara para ir a um shopping da capital federal em pleno domingo.

No país da mamata, o esbanjamento não conhece fronteiras. Na Assembleia Legislativa de Minas, encontrou-se um mecanismo para driblar a exigência de concurso público para o provimento de cargos de natureza técnica. Os postos viraram cabide de emprego para atender a loteamento político. Os apaniguados são contratados para cumprir funções em vagas políticas, mas acabam em posições de perfil técnico.

Diante do quadro fiscal falimentar, não se envergonham os finórios em mamar nas mirradas tetas da viúva.

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