Os mais de 46 mil corintianos que foram ao estádio de Itaquera tiveram motivos para comemorar o empate em 2 a 2.
Porque não só o São Paulo tem mais time, mais talentos, mais jogadores e mais ambições neste Campeonato Brasileiro, porque aspira ao G4, como o rival só quer se afastar da zona do rebaixamento, com menos time, menos elenco e quase nenhuma paz.
Daí, assim que Lucas Moura abriu o marcador, aos três minutos do Majestoso, a Fiel teve motivos para temer por uma goleada. Entre outras coisas porque a girada de corpo dada por Calleri sobre o ingênuo zagueiro Caetano, antes de passar para Lucas, permitia antever um baile do argentino sobre o zagueiro corintiano.
O que se viu foi outra coisa.
Os alvinegros se tomaram de brios e passaram a ganhar divididas em cima de divididas, a roubar bolas em cima de bolas, ao botar o coração na ponta das chuteiras até buscar o empate, em golaço de Igor Coronado, aos 30.
Só então o São Paulo acordou, como se percebesse que havia rival ferido do outro lado, para voltar a ficar à frente no placar —graças a gol contra de Cacá, o segundo em seguida dele, depois do feito em Goiânia a favor do Atlético.
Nem por isso os alvinegros desistiram, e Gustavo Mosquito também fez belíssimo gol ao receber de Yuri Alberto a bola roubada do desatento Luciano na entrada da área: 2 a 2.
Se o argentino Luis Zubeldía propusesse o empate no intervalo, ou antes mesmo do clássico, para o português António Oliveira, não tenham dúvidas a rara leitora e o raro leitor de que ele aceitaria.
Ainda mais depois que, aos 32 minutos, o desastrado Caetano recebeu o segundo cartão amarelo por falta em Calleri, no meio de campo, e o cartão ficou vermelho à sua frente.
Então, virou o velho ataque contra defesa, e Carlos Miguel salvou o time da derrota, em defesa daquelas que só Cássio fazia em Itaquera.
A resistência corintiana serviu para elevar o amor-próprio da Fiel, que anda falando de lado e olhando pro chão, como a do Fluminense do enorme aniversariante desta quarta-feira (19), Chico Buarque de Hollanda, 80 anos com direito aos 90 e prorrogação até 120.
Havia tempo que não se via o espírito maloqueiro e sofredor em dez camisas corintianas, capazes de enfrentar de igual para igual o adversário que lhe é superior.
Mesmo em casa, o empate soou bem.
SE FICAR OU SE SAIR…
…o bicho vai pegar. A possível ida de Dudu para o Cruzeiro revelou do que a precipitação é capaz.
Tanto quanto o jogador, Palmeiras e Cruzeiro ficarão mal ao fim de tudo.
Se Dudu ficar, o que até parece o mais provável, deixará sabor amargo na boca do palmeirense, porque quis ir e se arrependeu. Deixará o Cruzeiro em má situação por ter anunciado o milho antes do fubá e o Palmeiras decepcionado por ter perdido a oportunidade de bom negócio.
Se sair, o cruzeirense o receberá desconfiado pelo arrependimento que quase melou a negociação.
Depois do episódio do pré-contrato de Abel Ferreira com o Al Saad, bem que o Palestra mineiro poderia ter poupado o paulista de tamanho imbróglio.
EUROCOPA EXEMPLAR
Gramados impecáveis, futebol em alta intensidade, gols em profusão, assopradores de apito respeitados, VAR a jato, estádios lotados.
O consolo sul-americano diante dos primeiros jogos da Eurocopa na Alemanha está em que a última seleção campeã mundial é a Argentina.
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