Istambul abriga a impressionante Mesquita Azul, construída em 1609 com seis minaretes (torres) e mosaicos de azulejos predominantes azuis —o que não é uma redundância porque as plaquetas de cerâmica polidas, apesar do nome, não são necessariamente da cor do céu.
O interior da mesquita jamais fica sombreado pelo imponente edifício externo de 43 metros de altura, e nele não há imagens, pois os muçulmanos não as cultuam.
Bem que poderiam abrir exceções para o catalão Pep Guardiola, o belga Kevin De Bruyne, o norueguês Erling Haaland e para İlkay Gündoğan, o meia alemão de origem turca.
Tiveram os turcos o privilégio de testemunhar a consolidação do Manchester City como um dos maiores times de futebol de todos os tempos, como o Santos do Rei Pelé, o Real Madrid do argentino Alfredo Di Stéfano, o Milan do trio holandês Rijkaard, Van Basten e Gullit, o Barcelona de Guardiola, Xavi, Iniesta e Lionel Messi ou o Ajax de Johan Cruyff, não necessariamente nessa ordem, exceção feita ao time brasileiro que encabeça a lista, pela simples (?!) presença do Rei, e noves fora os times de seleções nacionais, como o Brasil de 1958 e 1970, a Holanda de 1974 ou a Hungria de 1954, sobre a qual li, mas não vi.
No mundo dos resultados, precisava o time azul inglês vencer a Liga dos Campeões da Europa para se perpetuar, embora a qualidade de sua arte já bastasse para tanto, independentemente de conquistar a Orelhuda.
É claro que o embate do ano aconteceu contra o Real Madrid, nas semifinais, e a oitava vitória inglesa, com cinco empates, para coroar a tríplice coroa, era meio como favas contadas. Só que o futebol é o futebol, e nunca se sabe.
O primeiro tempo foi de xadrez e marcação italiana, sem retranca, admirável, gatunos de bola a ponto de enervar frios Cidadãos, que ainda perderam De Bruyne (que carma!), machucado, como na final perdida em 2021.
O 0 a 0 agradava só aos milaneses, franco-atiradores.
O segundo tempo mostrou outro jogo.
O City insistiu até que Rodri fizesse o gol consagrador. Ederson o acompanhou depois no protagonismo ao fazer duas grandes defesas e um milagre.
Pep Guardiola coleciona sua terceira Champions e, se não pôde reger o costumeiro recital de futebol na decisão, comandou uma equipe que também sabe resistir quando o adversário, como a Inter, manda-se para o tudo ou nada.
O Planeta Bola agradece aos Cidadãos do mundo do futebol.
NOSSA CHAMPIONS
Quem não tem os jogadores, porque os exporta, nem os gramados, por falta de zelo, nem o dinheiro, o que obriga a venda de pé de obra e faz pastos da grama, há de se contentar com a Libertadores.
Cujo balanço, a uma rodada do fim da fase de grupos, revela um brasileiro eliminado, com direito a humilhação, o Corinthians de Duilio Monteiro Alves, e, provavelmente, seis classificados, com o Palmeiras na liderança geral —fruto do correto planejamento, ao abrir mão de três pontos na desgastante altitude de La Paz, e do bom futebol que deve garantir cinco vitórias em seis jogos.
O fato de apenas o alviverde e o Athletico Paranaense terem garantido classificação antecipada dá a medida de que as coisas estão sendo mais difíceis que as projeções otimistas antes de o torneio começar. E o provável apenas segundo lugar do Flamengo surpreende as apressadas previsões.
Um dia, quem sabe, aprenderemos.
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