Quem começou de maneira pior foi o Atlético Mineiro ao perder (1 a 0) para o paraguaio Libertad com mais de 40 mil torcedores no Mineirão.
Único dos sete times brasileiros a estrear em casa, e integrante de um dos grupos mais difíceis da Libertadores, o Galo já bota seus torcedores do Galo em modo "eu acredito".
E não foram só os mineiros os derrotados.
Nem Palmeiras nem Flamengo, os dois maiores favoritos ao tetracampeonato continental, resistiu ao desgaste causado pela altitude de La Paz e de Quito. Verdade que os paulistas com reservas e os cariocas só com misto forte.
A rara leitora e o raro leitor sabem que aqui há terminante recusa em analisar jogos disputados em altitudes que beiram ou ultrapassam os 3.000 metros. Como em gramados impraticáveis, por mero respeito aos jogadores.
Talvez, também, por trauma pessoal quando submetido a tamanho desconforto, pois o nariz sangra, a cabeça dói, o pulmão queima.
Se não há solução, se é injusto proibir jogos em tais condições porque, afinal, que culpa têm os habitantes dessas cidades por terem nascido nas alturas, a saída para quem sofre é mesmo a adotada por alviverdes e rubro-negros, pragmáticos a ponto de entregar seus jogos e priorizar as decisões estaduais.
Porque Vítor Pereira estará lascado se perder para o Fluminense, e, palavras de Abel Ferreira, será vexame permitir o título ao Água Santa.
Por paus ou por pedras, ambos perderam para os equatorianos do Aucas (2 a 1) e para os bolivianos do Bolívar (3 a 1).
Os comentários foram os de sempre, inconformados com as derrotas para times muito mais fracos que os milionários da Gávea e da Água Branca.
De longe é fácil, no dia seguinte ao sorteio dos grupos, de perto é difícil, quando os jogos começam —pôde ser lido em algum lugar desta Folha dez dias atrás.
Como foi difícil para o Athletico Paranaense, em Lima, no 0 a 0 com o Alianza, e para o Inter, em Medellín, no 1 a 1 com o Independiente, embora empatar fora de casa sempre seja considerado bom resultado.
Vitórias mesmo só duas e, não por acaso, sobre dois dos adversários menos respeitáveis, por mais que a do Fluminense, também na capital peruana, por 3 a 1, sobre o Sporting Cristal, tenha sido fruto de atuação agradável aos olhos, diferentemente da corintiana sobre o uruguaio Liverpool, em Montevidéu, por 3 a 0.
Tirante a incompreensível insistência de Fernando Diniz em ainda escalar Felipe Melo, responsável pelo gol peruano e, felizmente, substituído no intervalo, a atuação tricolor foi, disparadamente, a melhor dos brasileiros.
Ao Corinthians coube a maior vitória e o maior trauma, crônica de dores anunciadas, a nova lesão de Renato Augusto, o talentoso meia que já era frágil quando moço.
Palmeiras e Flamengo continuam como maiores favoritos tanto na Libertadores quanto nas decisões estaduais deste domingo (9), mas continuam devendo futebol em 2023.
E o Palmeiras, que não permitia surpresas até a semana passada, pode ser vítima da maior delas em muitos e muitos anos.
TRIBUTARISTAS FC
Enquanto nadavam nos patrocínios dos desregulamentados cassinos esportivos isentos de impostos, os cartolas de 100% dos clubes beneficiados estiveram mudos.
Bastou o governo anunciar que vai taxá-los para todos virarem especialistas em tributação.
Cínicos e hipócritas é o que são.
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