A língua portuguesa já mudou bastante ao longo do tempo e continua em transformação.
Cada região, sexo, grupo social e faixa etária cria seus próprios termos e expressões. Outros, aparentemente, surgiram da cultura das redes, em especial dentro dos populares aplicativos de relacionamento.
O namoro, ou ficada, como nossos antepassados chamavam, se tornou um universo de múltiplas camadas, que confundem qualquer astrofísico. Hoje existe crush, contatinho, ficante premium e ficante platinum unlimited.
Muitos desses termos, no entanto, batizam ações praticadas antes da Idade da Pedra Polida. E possuem nomes muito melhores em português.
Ghosting, por exemplo, expressão derivada de ghost —fantasma, em inglês— é usada para o ato de uma pessoa, durante um relacionamento, simplesmente sumir, sem deixar pistas. O que poucos falam é que nossas avós já chamavam de dar no pé, chá de sumiço, saiu para comprar cigarro e nunca voltou ou "ele, o boto".
Jogar um shade, que é usado para quando se humilha alguém sem deixar claro, já era conhecido como dar uma indireta, passivo agressivo ou, como nossas avós chamavam antes, de tapa em luva de pelica.
O mansplaining, por exemplo, usado quando o homem explica algo a uma mulher sem ter solicitado é o macho palestrinha, ou homem enxerido, como diziam os incas.
Já o manspreading, que define o ato do homem ocupar um espaço maior do que deveria, como abrir as pernas ao se sentar, era chamado pelos medievais de macho folgado ou homem com caxumba.
O termo mooning, referente ao modo não perturbe do celular, usado quando alguém dá uma desaparecida, é o famoso dar um tempo, como falado pelos antigos persas.
Bropriating, que consiste na prática masculina de se apropriar de ideias de mulheres, é praticado desde os tempos dos hebreus, que chamavam de plágio mesmo, ou coisas como xerocar e kibar.
Já o zombieing, oriunda de zombie —zumbi, em português—, é utilizada para quando a pessoa que deu um ghosting, reaparece e volta a mandar mensagens, ressurgida dos mortos. É o famoso oi sumida, usado no tempo dos fenícios.
Para quem acha esses novos termos uma grande de uma idiotice, foi criado o termo cringe, que os neandertais já chamavam de pessoa presa ao passado e velho ranzinza.
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