Nascido em Santo Anast�cio (SP), em 1978, � autor de 'Esquim�' (Cia. das Letras, 2010) e 'Golpe de Ar' (Ed. 34, 2009). Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Balada para Michael Corleone
ningu�m escapa ao destino
ningu�m evita um ciclone
e quem, em s� consci�ncia
resiste a um saxofone?
h� sortil�gios no vento
maldi��es que v�m de longe
sinto um calafrio na espinha
quando toca o telefone
meu Deus, que vida de merda
teve Michael Corleone
seu rosto frio (Al Pacino)
branco feito mascarpone
� a muralha de um pal�cio
vazio, onde nem o clone
do que ele n�o p�de ser
ou do que foi (esse monte
de mentiras que, somadas
s�o a verdade) se esconde-
ria - n�o h� nada por
tr�s de Michael Corleone
vamos compar�-lo ao pai -
Vito, vital, canelone
disseminava chacinas
com a exuber�ncia de um conde
amava a glutonaria
era um grande cicerone
sua morte entre os tomates
� pura como a de um monge
- o filho � estranho e mesquinho
pobre Michael Corleone
como foi mesmo que eu fiz
pra acabar assim alone?
�s vezes acho que penso
que sou Michael Corleone
Ilustra��o Guazzelli | ||
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