� jornalista com mestrado em Economia Pol�tica Internacional no Reino Unido. Venceu os pr�mios Esso, CNI e Citigroup. M�e de tr�s meninos, escreve sobre educa��o, �s quartas.
Educa��o de qualidade � crescimento econ�mico na veia
jan.13/Associated Press | ||
Estudantes fazem prova de admiss�o para a Universidade de T�quio |
N�o � de hoje que pesquisadores tentam avaliar o impacto do capital humano sobre o desenvolvimento.
A medida mais usada por muito tempo nesses c�lculos —at� por uma quest�o de disponibilidade de dados— foi a escolaridade m�dia, chegando normalmente � conclus�o de que seu aumento levava a maior crescimento econ�mico.
Recentemente, medidas alternativas de capital humano t�m sido testadas, com o argumento de que o n�mero m�dio de anos de educa��o formal talvez n�o seja a melhor m�trica hoje dispon�vel.
Um ano de escola em um pa�s n�o produz necessariamente a mesma quantidade de aprendizagem que em outro.
Al�m disso, com o avan�o da escolaridade em v�rias na��es, come�ou a ficar evidente que nem sempre esse movimento � acompanhado de crescimento econ�mico sustentado.
Isso, obviamente, n�o significa que aumentar a escolaridade seja desnecess�rio, mas que o ensino ofertado precisa ser de qualidade.
Pesquisas recentes de economistas como o americano Eric Hanushek, um dos mais respeitados nessa �rea, apontam nessa dire��o.
Em uma s�rie de estudos publicados a partir de meados da d�cada passada, ele tem testado a rela��o entre o desempenho dos alunos no Pisa —exame internacional que avalia a capacidade de resolver problemas, identificar padr�es e elaborar argumentos sofisticados— e o crescimento dos pa�ses.
Sua conclus�o � que a aprendizagem medida por testes desse tipo oferece uma medida bem melhor do impacto da educa��o sobre o desenvolvimento do que a escolaridade. O pesquisador mostra ainda que esse impacto � significativo.
Segundo ele, cada degrau (ou desvio padr�o) de avan�o da qualidade da m�o de obra de um pa�s em rela��o � m�dia das na��es avaliadas no Pisa representa um crescimento dois pontos percentuais maior do PIB (Produto Interno Bruto) per capita anual.
De acordo com Hanushek e seus coautores, o resultado dos pa�ses nas provas de desempenho escolar explica em larga medida por que os pa�ses latino-americanos s�o hoje, 2,5 vezes mais ricos do que em 1960, enquanto os asi�ticos s�o nove vezes mais pr�speros do que naquele momento.
Usando a mesma metodologia de Hanushek, mas indo al�m, outro grupo de pesquisadores mostrou recentemente que, se al�m das notas, forem consideradas caracter�sticas que alunos de diferentes pa�ses exibem durante a realiza��o do Pisa —como persist�ncia—, o impacto da educa��o sobre o crescimento � ainda mais bem explicado.
Essas conclus�es refor�am a necessidade de m�ltiplas metas para o ensino brasileiro. � preciso aumentar a escolaridade —o pa�s ainda sofre com uma elevada e inaceit�vel evas�o escolar. Mas, ao mesmo tempo, temos de discutir muito mais intensamente que caminhos levam a uma educa��o de maior qualidade.
Estudo ap�s estudo, a import�ncia de uma boa e ampla forma��o para o crescimento s� fica mais evidente.
Como diz uma campanha recente do movimento "Todos pela Educa��o", quem quer mais desenvolvimento quer educa��o.
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