Tarcísio de Freitas foi um aluno estelar no Instituto Militar de Engenharia, passou pelo Ministério da Infraestrutura de Bolsonaro sem se misturar com maluquices e é candidato a governador de São Paulo.
Com uma biografia dessas, parece estar numa farmácia procurando cápsulas de veneno.
Defendendo sua candidatura diante da maledicência que, por ser carioca, o qualifica como forasteiro, disse o seguinte: "Vai precisar um cara de fora de São Paulo chegar aqui e concluir o Rodoanel. Vai precisar de um cara de fora de São Paulo chegar aqui e fazer o metrô andar. Vai precisar de um cara de fora chegar aqui e levar a sério a questão do saneamento básico, da despoluição do rio Tietê, do Pinheiros".
Esqueceu-se de quem vive e vota em São Paulo.
Poderia ter dito que foi a turma de fora que ajudou a construir o estado. Em 1886, um em cada quatro moradores da cidade de São Paulo era estrangeiro.
Nessa época trabalhava como pedreiro o avô italiano do professor Delfim Netto e vivia em Campinas um bisavô alemão de Jair Bolsonaro. Na leva seguinte, o pai de Lula, vindo de Pernambuco, carregava sacas de café em Santos. Em 1952 foi o próprio Lula quem chegou. Ele era um dos 250 mil migrantes daquele ano.
Nenhum estado brasileiro precisa de forasteiro-salvador.
De novo, o sinal de Minas
Depois da pesquisa do Ipec veio a do Datafolha e repetiu-se o sinal de Minas Gerais. Lá, onde o governador Romeu Zema afastou-se de Bolsonaro, e disputa a reeleição, tem 47% das preferências, contra 23% de Alexandre Kalil.
Em Minas, Lula tem a maior vantagem sobre Bolsonaro, 49% x 29%, entre os três maiores colégios eleitorais.
Se em 2018 o prefixo Bolso ajudava candidatos como João Doria, em 2022 é a sua ausência que se manifesta eficaz.
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