Após os resultados expressivos deste ano, as marcas chinesas continuarão a movimentar o mercado brasileiro em 2024. A primeira novidade será o BYD Dolphin Mini, que estreia no primeiro trimestre. O preço será próximo de R$ 100 mil.
O carro se chama Seagull (gaivota em inglês) em outros mercados. A mudança de nome na América Latina é uma forma de aproximá-lo do Dolphin "tamanho M" – que hoje é o carro elétrico mais vendido do Brasil, com preço que parte de R$ 149,8 mil.
O novo modelo chega para disputar mercado com hatches compactos flex de câmbio automático, como o Volkswagen Polo Sense (R$ 99.990) e o Chevrolet Onix (R$ 98.750). Terá, portanto, potencial para grandes volumes de vendas.
"[O Dolphin Mini] definitivamente acabará com a sensação de que carro elétrico é coisa de rico", diz Alexandre Baldy, presidente do conselho da BYD no Brasil. O executivo afirma ainda que a marca vai dobrar o número de concessionárias ao longo de 2024, chegando a 200 lojas.
A proposta do compacto elétrico é puramente urbana. Há espaço para quatro ocupantes e porta-malas com 230 litros de capacidade. Com 3,78 metros de comprimento, é cerca de 10 cm maior que o Renault Kwid.
Segundo a BYD, a autonomia do Dolphin Mini mais em conta é de aproximadamente 300 quilômetros com uma carga completa das baterias. A potência disponível equivale a 75 cv.
Importado da China, o modelo tem chance de ser produzido em Camaçari (BA). As obras no complexo que pertenceu à Ford começam em fevereiro, segundo Baldy.
Hoje, a BYD está focada no desenvolvimento de um motor híbrido flex e pode ultrapassar os R$ 3 bilhões em investimentos previstos inicialmente. A montadora foi beneficiada pela extensão dos benefícios a empresas que produzem na região Nordeste.
"A Reforma Tributária, com o regime automotivo do Nordeste incluso na mesma, permite um adicional surpreendente de confiança do investidor", afirma o diretor do conselho da BYD.
Novas marcas da Chery estreiam em 2024 sem participação do grupo Caoa
Há mais novidades vindas da China, e com planos de produção nacional. São os modelos das marcas Omoda e Jaecoo, que fazem parte do grupo Chery.
A operação é comandada pela matriz e não há participação da Caoa. O ponto em comum é a fábrica de Jacareí (interior de São Paulo), que está fechada desde maio de 2022.
A unidade foi inaugurada em 2014. Em 2017, o grupo Caoa adquiriu 50,7% das operações da Chery no Brasil. Há possibilidade de retorno da produção no local, agora com os modelos Omoda e Jaecoo –parte da estratégia é produzir localmente.
Mas ainda não há definição de onde seria essa linha de produção, dizem executivos. No momento, o trabalho está voltado para a homologação dos produtos no Brasil.
O primeiro a chegar será o elétrico Omoda 5 EV, e logo depois virá sua versão híbrida. Nesse caso, o conjunto mecânico deverá ser o mesmo usado nos Caoa Chery Tiggo 5x e 7: motor 1.5 turbo (160 cv) a gasolina conciliado a um alternador que ajuda a reduzir o consumo.
A linha Omoda terá os carros de menor preço, que irão competir com SUVs compactos e médios na faixa entre R$ 150 mil e R$ 200 mil. Os modelos foram exibidos nesta quinta (21) durante evento em São Paulo.
As versões híbridas e elétricas do Omoda 5 se diferenciam pela parte frontal. A cabine traz bom acabamento e há até aquecimento no banco traseiro, mas ainda não foram definidos quais serão os pacotes de equipamentos disponíveis no Brasil.
Mais "quadrados", os modelos da marca Jaecoo têm estilo e aptidões off-road. Uma das opções será o J8, que deverá ser chamado apenas de 8 no mercado nacional. Com sete lugares, vai disputar mercado com utilitários mais luxuosos.
As vendas terão início ao longo de 2024, ano em que o grupo Chery pretende abrir 40 concessionárias próprias. O objetivo global é vender 1,4 milhão de carros das marcas Omoda e Jaecoo até 2030.
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