O setor das duas rodas mantém o otimismo para o segundo semestre. Enquanto a indústria de automóveis revisa para baixo suas previsões de crescimento, a Abraciclo, que reúne fabricantes de motocicletas, prevê expansão maior do que a esperada no início de 2021.
A previsão inicial era a de fabricar 1,06 milhão de unidades em 2021, alta de 10,2% sobre o ano passado. “Mas é possível que tenhamos de revisar para cima a projeção”, disse Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo.
Após iniciar o ano em meio à crise sanitária de Manaus —que concentra a produção nacional de motos—, as fábricas aceleraram a fabricação no segundo trimestre. A falta de peças e a alta dos insumos gerou gargalos, mas o balanço é positivo.
Foram produzidas 568,9 mil unidades no primeiro semestre, alta 45% em relação aos seis primeiros meses de 2020, melhor resultado desde 2015. As vendas no período somaram 517,2 mil unidades, alta de 47,7%.
As motos street de baixa cilindrada, usadas por entregadores de aplicativo, responderam por 48,4% do mercado. Por serem modelos com menos recursos eletrônicos, os efeitos da escassez de semicondutores têm menor influência na produção. Ainda assim há dificuldades para atender à demanda.
Fermanian disse que há fila de espera por motos de baixa cilindrada. Pelos cálculos da Abraciclo, a procura por motocicletas novas está entre 15% e 20% acima da atual capacidade de produção.
O executivo afirmou que, no momento, a alta da taxa Selic não influi no custo do crédito.
Após a alta da inadimplência nos planos de parcelamento ou consórcio —que travou o setor no início da década e fez muitos bancos abandonarem o segmento de baixa cilindrada—, há uma corrida de instituições financeiras para oferecer opções.
“Os bancos ligados às marcas ganharam mercado e hoje representam quase metade dos financiamentos”, afirmou Fermanian.
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