As vendas na primeira quinzena de junho confirmam que o setor automotivo terá um longo período de altos e baixos pela frente.
Houve queda de 11,7% nos emplacamentos na comparação com o mesmo período de maio, segundo dados com base no Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores).
A média diária de emplacamentos na quinzena ficou em 7.845 unidades, número bem abaixo do volume registrado no acumulado do ano (8.510 licenciamentos/dia). Os números consideram carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.
A combinação de estoque baixo com as paradas na produção devido à falta de componentes é o principal fator que leva às oscilações. General Motors, Volkswagen e Hyundai Motor do Brasil estão com linhas de montagem interrompidas parcialmente ou totalmente neste mês.
Por se tratar de uma crise global, a escassez de semicondutores impede também a importação de alguns modelos. As empresas instaladas no Brasil estão restritas a lotes e sem margem de manobra: se a demanda é maior que o previsto, há formação de fila de espera.
Além da falta de produtos, a alta nos preços de carros novos e usados conciliada ao aumento da taxa básica de juros levanta outras dúvidas sobre a recuperação do mercado. A junção de automóvel mais caro com crédito mais caro pode resultar em retração no futuro, com perda de rentabilidade.
Segundo um estudo feito pela KBB Brasil, empresa especializada na precificação de carros, os 10 carros zero-quilômetro mais vendidos no Brasil nos últimos 10 meses tiveram reajustes entre 5,7% e 19,4% em seus preços na comparação de setembro de 2020 com junho de 2021.
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