Mudanças no teor de biodiesel adicionado ao combustível que abastece os caminhões acionaram o alerta no setor automotivo.
Em abril, o Governo Federal anunciou a redução de 13% para 10% na proporção, com o objetivo de segurar o preço do diesel nas bombas. A preocupação é que esse índice passe a variar a canetadas, subindo e descendo de acordo com o preço dos insumos.
A coisa não é simples como parece.
O combustível de origem renovável passou a ser adicionado ao diesel em 2008. Seu teor deveria aumentar ano após ano até atingir 15%. Fabricantes de motores já preparam soluções aptas a rodar com até 20% de biodiesel na composição, o D20. Mas cada avanço depende da previsibilidade das normas e dos cuidados com o produto.
Em um comunicado divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), as associações do setor se mostram preocupadas com mudanças indiscriminadas nos percentuais.
“Os problemas de cristalização, higroscopia, baixa filtrabilidade e formação de borras do biodiesel, que já ocorrem com a mistura atual, associados aos recentes aumentos de teor compulsório, têm provocado danos a máquinas e motores, diminuição da vida útil e baixa performance de equipamentos, além de aumento dos custos”, diz a nota.
A qualidade do composto é um dos problemas. Se for armazenado a céu aberto, por exemplo, o biodiesel pode sofrer oxidação.
Em 2020, segundo dados da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene), cerca de 50 empresas estavam autorizadas a produzir biodiesel no Brasil. Sua origem não é exclusivamente vegetal: grande parte tem origem na gordura animal.
Apesar dos custos envolvidos na produção –o problema da vez foi o aumento nos preços da soja, que ainda é a principal matéria-prima do composto– há ganhos ambientais significativos, com redução das emissões de óxidos de nitrogênio e de material particulado.
Portanto, não há questionamentos sobre as vantagens. As dúvidas residem na falta de previsibilidade e na ausência de análises técnicas antes das tomadas de decisão.
O portal Estradas fez um estudo sobre a fiscalização de velocidade no Brasil. O resultado do trabalho mostra que, em média, menos de 0,5% dos mais de 80 milhões de condutores do país são flagrados em excesso de velocidade nos radares fixos e portáteis em operação.
O objetivo do trabalho é questionar o conceito de “indústria da multa”, além de ressaltar a importância da redução de velocidade para diminuir as mortes no trânsito.
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