Entre os 10 carros mais vendidos em março, cinco têm estilo fora de estrada, sejam SUVs compactos ou picapes.
São segmentos que se consolidam em um cenário caótico, com descontrole da pandemia e fábricas abrindo e fechando as portas de acordo com a disponibilidade de peças. A escassez global de semicondutores segue como principal problema.
A Fiat Strada foi o modelo mais vendido do mês e assumiu também a primeira posição no ano. O grupo Stellantis parece ser o menos afetado pela falta de componentes, principalmente semicondutores: suas principais fábricas, localizadas em Betim (MG) e em Goiana (PE), não pararam neste ano.
Contudo a espera é longa. O site da marca italiana informa que o cliente pode ter de aguardar até cinco meses para receber uma unidade da picape.
O compacto Hyundai HB20 ficou com a segunda colocação em março, deixando a versão hatch do Chevrolet Onix na terceira posição. Sem os semicondutores, o modelo da General Motors está com a produção interrompida em Gravataí (RS)
Com 28.759 unidades emplacadas no primeiro trimestre, o compacto da GM ocupa o segundo lugar no acumulado de 2021. A diferença para a líder Fiat Strada é de 110 carros.
A vantagem da picape vai crescer entre abril e junho: a retomada da produção do Onix está prevista para julho.
Ser líder com um modelo que custa a partir de R$ 75 mil prova a estratégia acertada do grupo Stellantis, que reúne as marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën. A empresa prepara o lançamento de novos modelos de maior valor agregado, todos com carroceria SUV.
O cenário atual é bem diferente da última vez em que um modelo da marca italiana terminou o ano na primeira colocação em vendas.
Em 2014, quando o Fiat Palio foi o mais emplacado do Brasil, todos os integrantes do top 10 eram carros compactos de apelo popular, na maioria vendidos com motor 1.0. É uma categoria que, sem volume ou rentabilidade, tende a desaparecer no mercado nacional.
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