Gelo e gim

Coluna é assinada pelo jornalista e tradutor Daniel de Mesquita Benevides.

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Conheça os clássicos entre os mocktails

Roy Rogers emprestou o nome a um desses coquetéis; deve ser intragável

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Os mocktails ganharam um público cada vez maior nos últimos anos. O crescimento exponencial se dá especialmente entre os jovens. Nos EUA, bartenders militantes lançaram bares que só servem os coquetéis sem álcool ou "de brincadeirinha", na tradução literal do termo. Atitude ainda mais comum, outros bares adicionaram à carta etílica uma lista de opções sóbrias.

Há muitos argumentos pelo movimento. O principal deles, obviamente, é a saúde. Existe também a apreciação maior dos sabores, que acontece ao se evitar a embriaguez, que pode confundir o paladar. Consequentemente, uma busca por misturas que tragam outras experiências sensoriais.

A primeira vez que a palavra mocktail surgiu foi em 1916. Antes, porém, já existiam os "temperance bars", literalmente bares de temperança. Em finais do século 19, esses estabelecimentos adotaram uma postura de moderação, o que poderia ser traduzido hoje na figura dos soft drinks, ou bebidas contendo pouco álcool. Depois, muitos deles fecharam as portas para o etanol.

Atualmente há uma infinidade de mocktails. Bartenders imaginativos fazem misturas inesperadas. Gim sem álcool é uma opção entre os ingredientes. Mas quais são os mocktails tradicionais, aqueles que atravessaram décadas?

O primeiro deles é o shirley temple, que foi criado em meados dos anos 1930 para a atriz mirim. Era uma solução para que ela pudesse acompanhar os adultos nos coquetéis de lançamento dos filmes. O curioso é que ela detestava a mistura de soda limonada e grenadine. Achava muito doce —com razão. A atriz ainda proibiu que vendessem o drinque engarrafado com seu nome no rótulo.

O freddie bartholomew surgiu para homenagear o segundo ator mirim mais bem pago e mais famoso do cinema depois de La Temple. Inglês, ele fez enorme sucesso com a adaptação do "David Copperfield", de Dickens. O drinque leva ginger ale e suco de limão. Simples e eficiente. Principalmente: menos doce. Perfeito para o Dia das Crianças.

Roy Rogers começou como cantor de country music. Logo foi chamado para atuar em faroestes e virou o "rei dos cowboys". Fez cerca de 90 filmes, teve sua própria série na TV e na rádio. Trabalhava com sua mulher, seu cavalo e seu cachorro, uma empresa familiar. Nos anos 1940, apareceu em balcões mais comportados o coquetel com seu nome, nada mais que Coca-Cola e grenadine, com uma cereja no topo. Deve ser intragável.

Roy Rogers, o rei dos caubóis - Reuters

Rudes cowboys acostumados a virar uma dose de uísque e bater o copo na mesa pedindo mais uma deviam fugir do Roy Rogers como o vampiro da água-benta.

Finalmente o Arnold Palmer, um mocktail reconhecível à distância, pois se trata simplesmente de iced tea (de preferência chá preto) e suco de limão siciliano. A invenção, se é que se pode chamar assim, é do campeão de golfe Arnold Palmer, o Tiger Woods dos anos 1960. De origem humilde, Palmer conquistou 62 troféus nacionais num esporte que é sinônimo de elite.

A fama com esse mocktail veio de bônus.


FREDDIE BARTHOLOMEW

50 ml de suco de limão

250 ml de ginger ale

Coloque o suco num copo highball cheio de gelo e acrescente o ginger ale. Mexa levemente com uma colher bailarina e finalize com uma rodela de limão.

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