� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
A hist�ria torcida
Como se n�o bastasse a viol�ncia que degrada a cidade do Rio de Janeiro, temos agora a vergonha que se instalou nos est�dios de futebol, com a briga das torcidas que muitas vezes deixa v�timas irrecuper�veis. Para um anci�o como eu, lembro sempre o sil�ncio dram�tico da multid�o em 1950, na final da Copa do Mundo vencida pelo Uruguai.
Duzentos mil torcedores, muitos dos quais choravam abertamente. N�o se registrou nenhum incidente violento, nem mesmo a vaia contra os vencedores, que foram aplaudidos com modera��o e respeito.
Agora, at� mesmo os jovens sem nenhum motivo, torcedores de ambos os lados, promovem uma batalha campal na qual h� feridos, alguns com gravidade. A culpa, segundo os entendidos, � atribu�da �s torcidas organizadas, que al�m de torcerem pelos seus times, fazem quest�o de agredir violentamente os torcedores do clube advers�rio.
Pessoalmente, n�o tenho condi��es nem direito para propor uma solu��o para o caso. Lembro o exemplo de Tito, que ia frequentemente assistir �s lutas dos le�es contra os crist�os. Apesar da grandeza, o Coliseu muitas vezes era insuficiente para abrigar os torcedores dos crist�os ou dos le�es.
N�o tendo recurso para aumentar o Coliseu –que j� no seu tempo era um monumento famoso na hist�ria do mundo– num rasgo de loucura, Tito aumentou o pre�o dos ingressos, de tal maneira que o est�dio continuava comportando milhares de assistentes.
N�o posso insinuar um aumento nos ingressos. O mesmo aconteceu com as �peras, que se abarrotavam para ouvir Puccini, Verdi, Wagner e outros monstros da cena l�rica. A solu��o foi construir pal�cios que amedrontavam a plebe ignara, pal�cios como a �pera de Paris, Covent Garden, e at� mesmo o Theatro Municipal do Rio.
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