![carlos heitor cony](http://f.i.uol.com.br/fotografia/2015/05/20/513477-115x150-1.jpeg)
� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Eduardo Portella
Daniela Dacorso/Ag�ncia o Globo | ||
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O acad�mico Eduardo Portella posa para foto em sua casa, no bairro do Flamengo (Rio) |
"N�o sou ministro. Estou ministro." A frase, pronunciada pelo ent�o ministro da Educa��o, em sua simplicidade radical, ficou sendo uma das melhores express�es do velh�ssimo problema que tenta definir a rela��o do intelectual com o poder. Pronunciou-a em causa pr�pria Eduardo Portella, que aceitara o cargo num momento em que o fim da ditadura e a abertura pol�tica eram consideradas iminentes.
O tema (cultura e poder) frequenta sua obra de ensa�sta e cr�tico de literatura. Um de seus livros, publicado pela Tempo Brasileiro, editora de sucesso que fundou, tem o t�tulo de "O Intelectual e o Poder".
Nele, o ensaio "O Renascimento da Utopia" desenvolve magistralmente aquela frase pronunciada num momento de sua biografia: "E da� tamb�m a necessidade de o intelectual guardar, como arma n�o t�o secreta, o trunfo da insubmiss�o. A alternativa da insubordina��o deve recuperar o ser do estar. At� porque n�s s� temos o que podemos perder, o que n�o podemos perder nos tem".
Baiano, formado em Recife, onde conviveu com Gilberto Freyre, Portella fez estudos na Espanha, quando foi aluno de D�maso Alonso e Carlos Bouso�o. Mais tarde, na It�lia, onde recebeu aulas de Ungaretti e de Bataillon, no Coll�ge de France e na Sorbonne, tornando-se, assim, o cr�tico mais bem equipado de sua gera��o. Portella construiu s�lida reputa��o n�o apenas na cr�tica da literatura, mas nos assuntos brasileiros em geral.
A s�rie que escreveu, "Dimens�es", � um dos momentos mais nobres e fecundos de nossa hist�ria liter�ria.
Sua morte nesta semana desfalcou a nossa cultura, a Academia Brasileira de Letras, e eu perdi um amigo que muito me ensinou e que nunca esquecerei.
Foi um "gentleman" em todos os sentidos e honrou o nosso tempo com o seu exemplo e o legado que nos deixou.
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