� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Hipocrisia mundial
Yan Boechat/Folhapress | ||
Cidade antiga de Homs, destru�da e abandonada ap�s batalhas entre for�as do governo s�rio e rebeldes |
Com o ataque dos EUA � S�ria, gregos e troianos, torcedores do Corinthians e do Flamengo, homossexuais e heterossexuais, chefes de Estado, a totalidade da m�dia da esquerda ou da direita, est� condenando os m�sseis que Donald Trump jogou em cima dos defensores da cruel ditadura de Bashar al-Assad.
� um caso de hipocrisia mundial. Toda e qualquer guerra merece o rep�dio da sociedade.
No in�cio de tudo, os homens e as na��es usavam pedras, que eram muitas. E o arco e a flecha, que constitu�am as armas tecnologicamente mais sofisticadas. Se houve progresso da humanidade para destruir os inimigos, as armas qu�micas se tornaram a besta negra de qualquer combate.
Falei em hipocrisia mundial, que considera o arsenal qu�mico como o ponto mais alto da bestialidade humana. No entanto, desde que os chineses inventaram a p�lvora e Alfred Nobel inventou a dinamite, o uso de armas qu�micas predominaram entre os mais estranhos conflitos mundiais e locais.
Os nossos �ndios, depois de se assanharem com as velas portuguesas, que n�o dispunham de uma tecnologia avan�ada, ficaram perplexos diante de Caramuru, que deu alguns tiros de espingarda rudimentar, destruindo os �ndios armados de arco e flecha. Da� em diante n�o se pode mais falar em armas qu�micas para destruir os inimigos circunstanciais ou permanentes.
A bomba at�mica � um produto qu�mico. Depois de Hiroshima e Nagasaki pode at� acabar com a humanidade, riscando o planeta Terra da Via L�ctea, da qual somos o baixo clero do universo. Pa�ses quase insignificantes da noite para o dia podem nos reduzir a esqueletos mumificados.
Queiramos ou n�o, a decis�o de Donald Trump reabre dramaticamente uma guerra fria pior do que a anterior. Sobrar�o alguns edif�cios que se tornar�o os sarc�fagos de todos n�s.
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