� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Mulheres e gl�ria s�o conquistas problem�ticas
RIO DE JANEIRO - Passou metade da vida atr�s de mulheres. A outra metade desperdi�ou em outros of�cios, inclusive o de n�o fazer nada. Mesmo assim, respondendo a enquete de uma revista, declarou-se feliz e garantiu que seria mais feliz ainda porque havia muitas coisas que nunca deveriam ter sido feitas; e as mulheres, umas pelas outras, davam para o gasto.
O perfil desse meu amigo pode definir metade da popula��o masculina mundial. Mesmo assim, a �nica ocupa��o da qual se orgulhava e tirava proveito era andar atr�s do mulherio dispon�vel ou indispon�vel.
Napole�o Bonaparte, ao desfraldar suas bandeiras em Marengo (segundo historiadores sua maior vit�ria, superior � de Austerlitz), confessou ao general Ney que conquistar uma mulher era melhor e mais prazeroso que uma vit�ria num campo de batalha.
Confesso que � um bom desperd�cio, mas fico com a primeira op��o. Tive um colega no CPOR, mineiro de Varginha, que, sem saber, repetia Napole�o: tudo que n�o fosse dedicado �s mulheres era, n�o s� um desperd�cio, mas perda de tempo e de energia.
Na verdade, as duas op��es (mulher e gl�ria) s�o conquistas problem�ticas e, muitas vezes, in�teis. As mulheres traem, fazem exig�ncias e dificilmente est�o satisfeitas.
A gl�ria � sempre relativa: os historiadores divergem a respeito. O pr�prio Napole�o, apesar de suas vit�rias, foi chamado de carniceiro. E a gl�ria, periodicamente, � discutida ou negada pela hist�ria e pelos pr�prios contempor�neos. Brutus matou C�sar, e dom Pedro 1�, ao proclamar a independ�ncia do Brasil, teve uma diarreia e assim come�ou a escrever a nossa hist�ria num papel higi�nico.
De minha parte n�o dou muita bola para a gl�ria. Prefiro desperdi�ar o meu tempo com coisas melhores, inclusive livros, charutos e mulheres.
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