� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Amar os outros como a si mesmo
Fabrizio Bensch /Reuters | ||
Flores e velas s�o colocadas pr�ximas do mercado de Natal em Berlim onde 12 pessoas morreram |
RIO DE JANEIRO - Durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em seu "Di�rio Secreto", Humberto de Campos, o maior cronista da �poca, comenta um telegrama da ag�ncia de noticias Reuters, narrando a noite de Natal vivida por franceses e alem�es. Como se sabe, aquela guerra foi basicamente uma guerra de trincheiras: os alem�es de um lado e os franceses de outro. A terra de ningu�m, entre os dois combatentes, era mais ou menos de 100 metros.
Numa noite de Natal daqueles anos, por volta da meia-noite, os dois lados combatentes pararam o tiroteio e cantaram simultaneamente, uns em alem�o, outros em franc�s, o hino oficial daquela data: "Noite Feliz". Terminado o hino praticamente universal, o tiroteio recome�ou com uma espantosa ferocidade.
Alguns historiadores garantem que, apesar das trincheiras, foi uma das batalhas mais ferozes daquela guerra. Os soldados de um lado eram da Baviera, a regi�o mais cat�lica da Alemanha. Os franceses tamb�m eram cat�licos, nascidos na "filha primog�nita da Igreja" que era a Fran�a.
Em princ�pio, qualquer guerra � absurda e mancha para sempre a hist�ria dos pa�ses que desejam eliminar o inimigo. Muitas vezes inutilmente, com o tempo se tornam amigos, embora com diverg�ncias que n�o provocam lutas fratricidas.
Entende-se uma guerra entre crentes antag�nicos: � o caso das lutas entre devotos de Cristo e de Maom�. Estes �ltimos chegaram a formar um Estado Isl�mico, que agora optou pelo terrorismo. Por sua vez, os crist�os promoveram cruzadas para eliminar o advers�rio maometano.
Mesmo assim, pelo menos naquela noite sagrada, embora pelo espa�o de uma can��o, os dois advers�rios encontraram um momento comum e breve para saudar aquele que ensinou: devemos amar o pr�ximo como a n�s mesmos.
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