� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Terror contra o terror pode ser in�til
Ricardo Moraes/Reuters | ||
Soldados patrulham a regi�o do Maracan�, no Rio |
RIO DE JANEIRO - Antes isso que nada. Acompanho patrioticamente as medidas que garantir�o a seguran�a da Olimp�ada. N�o sou perito no assunto, mas tenho algumas d�vidas. Milh�es de homens e de armas nem sempre impedem o terror. O furo foi sempre mais em cima ou mais em baixo.
Erostrato botou fogo no templo de Artemis e agiu sozinho porque queria o nome na hist�ria. Em Sarajevo, em 28 de junho de 1914, o estudante Gavrilo Princip, nascido na B�snia, durante um desfile militar, matou com um �nico tiro o arquiduque austr�aco Francisco Ferdinando. Um atentado local, por motivos locais, deu in�cio � Primeira Guerra Mundial, at� ent�o a mais terr�vel e sangrenta da hist�ria.
Caso mais recente e que continua pouco explicado foi o assassinato de John F. Kennedy. Oficialmente, foi um �nico atirador (Lee Oswald) que estra�alhou, a dist�ncia, a cabe�a do presidente dos Estados Unidos. Muitas teses e hip�teses continuam sendo feitas para explicar como um �nico homem poderia cometer um atentado que abalou o mundo. Falaram na m�fia, em Cuba, no comunismo internacional e at� mesmo num caso de amor com Marilyn Monroe. Mas a vers�o de um �nico assassino at� hoje prevalece.
Poderia citar muitos outros casos em que o indiv�duo, isoladamente, por motivos os mais variados (religiosos, ideol�gicos ou pessoais), pratica o terror de forma radical, apesar dos esquemas preparados tecnicamente para impedi-lo.
Com isso, n�o estou insinuando que um pa�s ou um regime desprezem as regras, sofisticadas ou n�o, que podem e devem ser cada vez mais eficientes. E sempre h� um erro grosseiro para neutralizar qualquer ato contra o terror. No caso do World Trade Center, os pr�prios �rg�os de seguran�a (CIA e FBI) foram avisados da imin�ncia do maior ato terrorista da hist�ria.
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