� membro da ABL. Come�ou sua carreira no jornalismo em 1952 no 'Jornal do Brasil'. � autor de 17 romances e diversas adapta��es de cl�ssicos.
Zero a zero
RIO DE JANEIRO - Nunca foi t�o f�cil prever o placar do grande jogo entre a afastada presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente da C�mara Eduardo Cunha. Ambos ainda podem perder a partida: Dona Dilma voltar � presid�ncia da Rep�blica e Eduardo Cunha perder o mandato parlamentar, caindo na vala comum dos investigados pela Opera��o Lava Jato.
Nem por isso a situa��o pol�tica do pa�s ficar� pior ou melhor que o atual "pega-pra-capar" que emperrou a pol�tica nacional, com infla��o, corrup��o e estagna��o administrativa.
Quando Eduardo Cunha aceitou o pedido de impeachment da presidente, comprou uma briga que ainda n�o teve fim. Por sua vez, dona Dilma jogou contra ele a base aliada, a m�dia em sua totalidade e os interessados que acreditam que em qualquer briga algu�m sai ganhando ou perdendo. Confesso que tanto a presidente pode ser absolvida dos crimes de responsabilidade como Eduardo Cunha pode provar que n�o tem conta pessoal na Su��a.
Na d�vida, seguindo a m�xima jur�dica de casos iguais, a Justi�a absolveria os r�us. Contudo, o grande e absoluto r�u desta briga n�o � dona Dilma nem Eduardo Cunha, mas o pr�prio Brasil que est� estagnado numa das mais cruentas brigas pelo poder.
Apesar do zero a zero, o governo tem mais condi��es de desempatar a partida. Mas nunca se sabe. Certeza, s� uma: qualquer resultado ser� desastroso para a paz e para o desenvolvimento do pa�s.
N�o creio nos US$ 5 milh�es que Cunha teria recebido para a compra de navios e sondas da Petrobras. Sua caneta n�o teria poder para isso, tampouco vejo raz�es para culpar dona Dilma das pedaladas fiscais, pr�tica que foi usada desde os tempos de Pedro �lvares Cabral.
A briga ainda corre o perigo de continuar no zero a zero, com direito � tradicional disputa por p�naltis.
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