Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

Salvar artigos

Recurso exclusivo para assinantes

assine ou faça login

Bruno Boghossian

Faixa média de renda deve ser decisiva na eleição em São Paulo

Grupo é quase tão numeroso quanto eleitorado mais pobre e, até aqui, tem corrida imprevisível

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Brasília

Um recorte da pesquisa Datafolha segundo a renda do eleitor fornece pistas importantes sobre a disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com a vantagem de Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB) até aqui, dois segmentos ganham atenção.

O primeiro grupo é a faixa com renda de até dois salários mínimos, 43% do eleitorado. Nunes lidera com 25%, seguido por Boulos (17%) e José Luiz Datena (10%). Nenhum outro candidato passa de 6%. Outros 15% declaram voto em branco ou nulo, e 6% não sabem em que votar.

Esta é uma avenida favorável para Boulos. No recorte, 58% dizem que podem votar no candidato apoiado por Lula, e 65% afirmam que não votariam no nome apadrinhado por Jair Bolsonaro. Ali também está a taxa mais alta de desconhecimento do deputado do PSOL (30%) e seu índice mais baixo de rejeição (26%).

Em disputas passadas, Lula se mostrou hábil em aglutinar o eleitorado de baixa renda em torno de seu candidato. Boulos não teve essa sorte em 2020, quando as tintas da esquerda o afastaram do segmento, e a máquina da prefeitura fez diferença a favor de Bruno Covas. Nunes tentará repetir o feito do antecessor.

Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB), pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2024 - Mathilde Missioneiro e Karime Xavier/Folhapress

Se Boulos confirmar uma vantagem entre os mais pobres, a eleição será definida pelos paulistanos da faixa média de renda, que ganham de dois a cinco salários e são 38% dos eleitores. Ali, o deputado do PSOL aparece com 26%, Nunes tem 23%, e Pablo Marçal é citado por 10%. Votos nulos são 11%, e há 5% de indecisos.

A corrida nesse grupo parece um pouco mais imprevisível. As rejeições ao apadrinhamento de Lula (51%) e de Bolsonaro (57%) atingem patamares semelhantes. Além disso, Boulos tem um teto relativamente mais baixo porque sua rejeição já bate em 38% entre esses eleitores, enquanto só 24% rejeitam Nunes.

Em 2008, Marta Suplicy e Gilberto Kassab empataram entre os mais pobres, mas o então prefeito garantiu a reeleição com uma vantagem na faixa de renda seguinte. Quatro anos depois, Fernando Haddad venceu José Serra nos dois grupos.

LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.