Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bruno Boghossian
Descrição de chapéu Eleições 2024 Governo Lula

Eleições de 2024 vão testar os dogmas da política municipal

Vantagem dos atuais prefeitos e influência nacional limitada fazem parte da tradição dessas votações

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Brasília

Os ventos da política mudam, mas algumas convenções ficam intactas. Nas eleições municipais, a tradição dá aos prefeitos uma vantagem para conquistar a reeleição ou fazer um sucessor. A cartilha diz também que padrinhos nacionais apitam pouco, e que o buraco na rua e a fila do posto de saúde são mais importantes.

As eleições de 2024 vão testar alguns dogmas da política municipal. A expectativa de contaminação do processo pela polarização nacional talvez seja o tema mais recorrente antes da votação de outubro.

Uma pesquisa feita pelo instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes indicou como os eleitores pensam: 31% dizem que têm mais chances de votar num candidato ligado a Lula; 20% afirmam o mesmo em relação a Bolsonaro; 15% preferem um nome contra ambos; e 28% se declaram indiferentes.

Ainda que a filiação às linhas políticas desses líderes tenha se tornado quase um fator de identidade para boa parte do eleitorado, há razões para o ceticismo. A não ser em cidades onde há um esforço objetivo de nacionalização, como São Paulo, máquinas municipais e políticos locais continuarão sendo determinantes na hora do voto.

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Urnas são montadas para as eleições de 2022 - Gabriela Biló/Folhapress

A mesma pesquisa mostrou que 51% dos eleitores dizem querer uma mudança em relação ao atual prefeito do município, enquanto 34% declaram preferir a continuidade da administração.

O número diz mais sobre o humor de um eleitorado disposto a cobrar resultados dos políticos eleitos do que um sentimento contra os establishments locais. A ausência de sinais de uma onda de ruptura e o dinheiro despejado pelo Congresso nas prefeituras devem favorecer reeleições e a manutenção dos mesmos grupos políticos no poder.

Uma tradição, em especial, parece imbatível: a maioria dos eleitores deve decidir o voto para prefeito nas últimas semanas ou nos últimos dias de campanha. Até aqui, 41% dos eleitores dizem saber em quem votar. Outros 54% não sabem ou não conhecem o cardápio de candidatos.

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