Bruno Boghossian

Jornalista, foi repórter da Sucursal de Brasília. É mestre em ciência política pela Universidade Columbia (EUA).

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Bolsonaro vai atrás dos últimos eleitores arrependidos de 2018

Com pedido de perdão, presidente mira grupo que mantém distância após 4 anos de governo

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Jair Bolsonaro decidiu reconhecer publicamente que sua campanha tem um problema neste segundo turno: ele mesmo. O presidente gravou um vídeo em tom de contrição para tentar convencer o eleitor de que sua candidatura representa mais do que sua atitude como governante. "Se as minhas palavras estão te impedindo de fazer a escolha certa, eu humildemente te peço perdão", diz.

A mensagem faz parte de uma ação coordenada que vem sendo gestada há algumas semanas pela equipe de Bolsonaro. Ainda em setembro, o presidente disse que deu "uma aloprada" ao manifestar indiferença diante das mortes na pandemia.

O foco principal desse trabalho é o eleitor que votou em Bolsonaro em 2018, mas ainda não fez o mesmo em 2022. O presidente recuperou boa parte dos votos que recebeu na eleição passada, mas a resistência de alguns grupos ainda é vista como um obstáculo para a reeleição.

Uma fatia de eleitores fiéis ficou ao lado de Bolsonaro mesmo nos momentos de maior desgaste, mas os quatro anos de governo criaram também categorias de bolsonaristas decepcionados e arrependidos.

A campanha do presidente acredita ter obtido avanços no primeiro segmento, que reúne eleitores que têm afinidade com a agenda de Bolsonaro, mas se frustraram com seu desempenho. Para garantir esse apoio, ele recauchutou a plataforma de 2018 (segurança pública, propostas conservadoras e a retórica antissistema), sob a promessa de finalmente avançar nessas pautas.

A faixa dos arrependidos é mais relutante. São eleitores que demonstram insatisfação com resultados do governo, mas também absorveram uma rejeição à figura do presidente. Os pedidos de perdão, associados a um apelo ao antipetismo, são direcionados a esse grupo.

Na prática, a campanha quer convencer esse eleitor a votar em um Jair Bolsonaro que aparece agora nos vídeos de propaganda, mas não existiu em 33 anos de vida política. Se for reeleito, quem vai governar o país é o presidente aloprado.

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