Deu no Twitter: O Threads, a mais nova rede social lançada na noite da última quarta-feira (5), bateu 70 milhões de usuários em menos de 48 horas. A meta da Meta é concorrer diretamente com o Twitter. O piu piu de Elon Musk está sendo confrontado pela minhoca de Mark Zuckerberg. Como tamanho não é documento, triunfará o mais potente.
A diferença entre o Twitter e o Threads é o branco dos olhos, apesar dos executivos da Meta terem declarado que o novo aplicativo tem uma identidade própria e que será um lugar "menos raivoso", o que obviamente deixou Elon Musk mais raivoso.
O logotipo do Threads transita entre uma minhoca retorcida, uma tênia e uma @ que se rebelou. Especula-se que a série Os Simpsons, conhecida por profetizar vários fatos, previu o surgimento da nova rede, dada a semelhança do símbolo com as orelhas de Homer Simpson. Fake news. A Meta recentemente esclareceu que a inspiração do logo veio do alfabeto tâmil.
Aqui o Threads virou febre nas primeiras horas, resultado do nosso FOMO (fear of missing out) digital. Mais de 6 milhões de brasileiros aderiram ao aplicativo, o que, segundo fontes do Sensor Tower, representa 16% do total dos usuários.
Quem não leu os termos de uso e as políticas de privacidade (alguém?) caiu numa pegadinha nada simpática: se quiser desativar o Threads, o usuário terá a sua conta do Instagram automaticamente apagada. Quem entrou só para dar uma olhadinha, foi fisgado pela rede das redes. Mas como o tempo digital corre na velocidade da luz, e além de peixinhos existem tubarões nesse oceano, já estão surgindo meios para escapar dessa armadilha.
Não é a primeira vez que o Twitter é ameaçado. Além do Threads, o Twitter já enfrentava outros concorrentes de peso, como o Mastodon, o Bluesky e o Koo. Esse último, que tem como símbolo um passarinho amarelo, bombou no final do ano passado depois que Felipe Neto escreveu "meu objetivo é ter o maior Koo do Brasil". Em menos de uma hora, mil pessoas endossaram o seu desejo, curtindo o seu kooíte.
A sonoridade do nome da plataforma, que poderia ser um obstáculo para sua popularização, acabou ajudando a impulsioná-la e fez com que muita gente trocasse o Twitter pelo Koo, deixando Musk com cara de... preocupado.
Também não é a primeira vez que Zuckerberg imita outros aplicativos, como fez com o Reels, clone do TikTok, nem é a primeira vez que usa o nome Threads. Em 2019, depois de ter sua oferta de compra recusada pelo Snapchat, ele lançou um aplicativo chamado Threads para concorrer diretamente com o Snapchat, mas não vingou.
A vingança chegou agora, num momento em que Musk enfrenta críticas por ter limitado a quantidade de postagens que os usuários podem ler no Twitter. Em contrapartida, os fiéis de Musk dizem que a imitação é a forma mais genuína de lisonja e que, portanto, o Threads é uma declaração de amor da Meta ao Twitter.
O bilionário (Musk) acusa o bilionário (Zuckerberg) de ter violado a propriedade intelectual e se apropriado dos segredos comerciais do Twitter, o que que deixará os seus advogados mais milionários.
E nós, que somos fisgados pelas redes, que se apresentam gratuitas, somos os maiores patrocinadores dessas disputas, pagando com os nossos sorrisos, dancinhas e dados. Não somos clientes das redes, não pagamos pelos seus produtos: nós somos o próprio produto.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.