Em Brasília, as manifestações em favor do governo ficaram aquém das expectativas —o maior número de pessoas se reuniu em São Paulo e no Rio. Mas o bonecão de Sergio Moro chamou a atenção pelo inopinado da sua presença. O ministro da Justiça apareceu de Super-Homem em frente ao Congresso, na pose de punhos fincados na cintura, o S estampado no peito, a longa capa e o uniforme combinando as cores azul, amarelo e vermelho. Quem achava que a atuação de Moro estava mais para Mickey Mouse se surpreendeu com a sua popularidade e a defesa do pacote anticrime.
O ministro escreveu no Twitter que não houve, nas ruas, “pautas autoritárias”. Nem de longe deve ter usado seu poder de visão de raios-X para enxergar as ameaças do bolsonarismo raiz ao STF e ao Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, foi caricaturado num boneco inflável de 3,5 metros de altura — versão atualizada do Pixuleco. Resta saber se Maia, o novo vilão, não esconde pedras verdes de kriptonita na manga do paletó.
Em Belo Horizonte, quem deu o ar da graça foi o Capitão América, portando bandeira de Israel e escudo com foto de Bolsonaro. Na vida real, ele é motorista da Uber. No Rio, esperava-se o Homem-Aranha que costuma tirar fotos com crianças na praia do Arpoador para levantar um troco, mas o herói fez forfait.
Quem também anda sumido é o Batman. Na bia batismal, Eron de Melo, de profissão protético. Vestido de morcego, ele virou uma celebridade nas Jornadas de 2013. Foi preso. Protagonizou uma cena de filme underground ao discutir no Leblon com um cineasta: “O Batman é a mensagem!”. Em 2016, candidatou-se, sem sucesso, a vereador pelo PSC. Sempre esteve ao lado de Bolsonaro, mas, antes da eleição a presidente, retirou seu apoio. Quem sabe Eron não pinta nos protestos de quinta (30) convocados pela esquerda?
Continua... Não perca o próximo episódio!
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