Oficialmente a propaganda eleitoral só começa em 16 de agosto. Contudo, a dos candidatos a presidente —daqueles que poderiam ter sido, mas não foram; daquele que não pode ser, mas insistem em que seja; daqueles que incrivelmente seguem na disputa— parece arrastar-se há séculos.
Já os postulantes ao governo do Rio de Janeiro agem em segredo. É um paradoxo: a invisibilidade funciona como estratégia. Quanto menos o candidato mostrar a cara, melhor. Afinal, a campanha é curta e o voto, obrigatório. Por mais que abstenções, brancos e nulos batam recordes, alguém será eleito. Quem sabe, por acaso, por esquecimento, por burrice, por desgraça, ele não acaba levando a eleição?
Estão dispostos a mandar no Palácio Guanabara: o senador Romário (Podemos), acusado de ocultação de patrimônio; o ex-governador Garotinho (PRP), preso três vezes por se envolver em esquemas de compra de votos; o deputado Índio da Costa (PSD), ex-secretário de Crivella que usou helicóptero da prefeitura para promover a pré-candidatura; o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), cujas duas gestões estão na mira da Lava Jato.
As alianças: Garotinho e Crivella, envolvendo o empresário José Luís Rangel, cunhado do bispo Macedo, da Igreja Universal. O vice na chapa encabeçada pelo DEM deve ser o deputado Marcelo Delaroli (PR), ex-PM que apoia Jair Bolsonaro e tem base eleitoral em Maricá, cidade à qual Paes se referiu como “merda de lugar”.
Outros candidatos: Pedro Fernandes (PDT), Leonardo Giordano (PC do B), Wilson Witzel (PSC), Tarcísio Motta (PSOL), Rubem César (PPS), Marcelo Trindade (Novo), Marcia Tiburi (PT). Todos desejosos de pegar um estado que, sob intervenção militar, tem índices de violência cada vez mais altos. Fora o caos político, administrativo e financeiro.
Uma das favoritas, a ex-delegada Martha Rocha, largou a corrida: “Imagina se ganho”.
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