� jornalista gastron�mica, 'foodtrotter' e autora de 'Jantares de Mesa e Cama'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Aplicativos levam excedentes de restaurantes a consumidores
Felipe Gabriel/Folhapress | ||
Alimentos que s�o doados pelo Banco de Alimentos da Ceagesp |
Apesar de chatinho, o tema desperd�cio de comida est� entrando a passos largos na pauta de chefs, ativistas, pol�ticos e jornalistas. Depois de s�culos jogando toneladas sem fim de alimentos no lixo, acordamos para a realidade de que n�o d� para continuar fazendo isso. Comida e tecnologia nunca andaram t�o juntas, dos bilh�es de pratos postados no Instagram � multiplica��o dos neg�cios de entrega de refei��es em casa (um dia, com drones!) e ao desenvolvimento de novos "superfoods" (superalimentos) por meio de engenharia gen�tica.
Era de se esperar, portanto, que mais cedo ou mais tarde bolassem aplicativos para ajudar a fazer chegarem os excedentes de restaurantes a consumidores. Primeiro veio o Too Good to Go, lan�ado no fim de 2015 na Dinamarca. Us�-lo � simples: basta achar um restaurante pr�ximo e fazer o pedido. Custa em m�dia US$ 5, mas n�o se pode escolher o prato. Depois de pagar on-line, o cliente passa para retirar sua refei��o em hor�rio determinado. Serve-se � vontade do que estiver dispon�vel, usando a embalagem biodegrad�vel fornecida.
Em pouco tempo, o neg�cio se expandiu para oito pa�ses, incluindo Estados Unidos, Inglaterra e Fran�a! Seu principal concorrente, o Lunchie, ainda limita-se � Finl�ndia, pa�s dos s�cios-fundadores, mas tamb�m vem crescendo. Esse app tem uma vantagem: permite que o usu�rio escolha o prato que quer comer. Em contrapartida, s� funciona para quem pode retirar a comida � tarde, depois do almo�o.
"O desperd�cio de comida me parece um dos problemas mais burros do mundo. A ind�stria da restaura��o joga fora cerca de 600 mil toneladas de comida por ano" diz James Crummie, co-fundador do Too Good to Go. Ele questiona porque ningu�m bolou ainda uma solu��o —indiretamente, sugerindo que sua companhia salvar� a p�tria. Se n�o salvar, certamente aliviar� o problema nos pa�ses (todos ricos) onde est� presente. Pena que no Brasil tais aplicativos nunca teriam a permiss�o da Anvisa para operar: aproveitar restos, aqui, � ilegal. Entenda quem puder
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