![alexandra forbes](http://f.i.uol.com.br/fotografia/2015/05/20/513448-115x150-1.jpeg)
� jornalista gastron�mica, 'foodtrotter' e autora de 'Jantares de Mesa e Cama'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Experi�ncias gastron�micas do Airbnb parecem um neg�cio sem erro
Do grande ao pequeno hotel, todos querem oferecer "uma experi�ncia �nica". Vejo em textos de divulga��o de redes como o Relais & Ch�teaux e em publica��es nas m�dias sociais. Tem muita gente vendendo, entre outras coisas, a ideia de uma noite gastron�mica �nica, divertida e saborosa para um p�blico sedento por jantares diferentes dos de sempre.
O p�blico paga para sair da mesmice e pelo acesso a "momentos" gastron�micos exclusivos. Escolher tomates com a Helena Rizzo, do Man�. Ver o Jefferson Rueda assar o porco que virou hit na Casa do Porco. Nunca recebi tantos an�ncios de "jantares especiais" e degusta��es intimistas —nada baratos, ali�s.
Pois os peixes pequenos acabam de ganhar um concorrente peso-pesad�ssimo. A gigante plataforma Airbnb, que intermedeia o aluguel de quartos, casas e apartamentos no mundo inteiro, lan�ou o City Hosts, plataforma (em vers�o beta) que vende experi�ncias.
Os "city hosts" —anfitri�es escolhidos por eles— conduzem atividades para pequenos grupos, oferecidas em pacotes de tr�s por pre�os em torno de US$ 300 por pessoa. V�o desde pegar onda com um surfista profissional a um tour de arte de rua, passando, � claro, por in�meros passeios que se concentram nos comes e bebes.
Que tal uma visita a um a�ougueiro em T�quio com aula conduzida por especialista em wagyu, carne tida como a melhor do mundo? E idas ao mercado e a vin�colas na �frica do Sul, comprando comidas e degustando vinhos com uma blogueira famosa?
O "menu" de experi�ncias postado no site —por enquanto s� dispon�veis em 11 cidades no exterior— d� vontade de fazer a mala correndo.
N�o duvido de que o Brasil entrar� para o rol, embora a empresa se recuse a comentar o assunto. Noitada de chope e petiscos em um boteco com um carioca da gema, que gringo n�o pagaria por isso?
No papel, � um neg�cio sem erro. Ligar pessoas bacanas que mostrem um lado sacado e muito real de uma cidade com turistas curiosos, cobrando comiss�o. Mas � imposs�vel bolar passeios em grupo que agradem milh�es de clientes. O bacana para mim parecer� chat�rrimo para outro, e vice-versa. Viajar � um prazer muito subjetivo, com alto risco de decep��o. Saber� o Airbnb atender os gostos de gregos e troianos?
Silvio Cioffi/Folhapress | ||
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