![alexandra forbes](http://f.i.uol.com.br/fotografia/2015/05/20/513448-115x150-1.jpeg)
� jornalista gastron�mica, 'foodtrotter' e autora de 'Jantares de Mesa e Cama'. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.
Barracas de imigrantes promovem volta ao mundo culin�ria no Rio
H� cerca de um ano, a nigeriana Latifah Hassan fugiu para o Rio e abrigou-se em uma igreja com a filha pequena depois que terroristas mataram seu marido e seu filho.
Hoje, ganha a vida vendendo comida na rua do Catete, sabores fi�is � p�tria que ela teve que abandonar. "Todo mundo ama meu arroz frito", diz, abrindo sorris�o largo. Ela faz um delicioso refogado de feij�o com banana, bolinho vegetariano. Todo dia o menu muda.
A Olimp�ada transformou o Rio em um surreal caleidosc�pio vivo de cores e caras. Cada pa�s quer exibir o melhor de si tanto nas arenas como fora.
Muitos montaram "casas" que funcionam como showrooms de suas culturas. A da Su��a tem rinque de patina��o, a de Portugal instalou-se em uma nau e por a� vai. Cada uma, claro, apresenta suas comidas t�picas.
Mesmo sem pisar em casas ol�mpicas (algumas s�o abertas ao p�blico), tenho feito uma volta ao mundo culin�ria desde que cheguei ao Rio, na semana passada.
Ricardo Borges/Folhapress | ||
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Turistas tiram fotos nos arcos ol�mpicos; Olimp�ada transformou o Rio em caleidosc�pio de cores |
Apaixonei-me pelo croquete de carne do Bar Ernesto, fundado em 1949 pelo alem�o Ernst Kehler, fugido do nazismo. Espantoso o qu�o fiel �s origens permanece o menu (joelho de porco com chucrute!).
Influ�ncia estrangeira � mesa sempre houve no Rio. Acalmei minha tosse com um udon � moda tradicional no antiguinho Azumi, em Copacabana.
Decepcionei-me com quibe e coalhada no El Gebal, um de tantos restaurantes antigos fundados por imigrantes libaneses.
Mas o caldeir�o �tnico anda mais temperado do que nunca.
Aos portugueses, alem�es e �rabes da velha guarda agregam-se barracas e restaurantes de imigrantes cada vez mais numerosos (inclusive refugiados, principalmente s�rios e africanos).
Com a dificuldade de conseguir emprego, eles ganham a vida cozinhando. E tamb�m enriquecem a cena gastron�mica da cidade, cada vez mais multicultural.
Os novos cariocas que vendem del�cias ex�ticas em barraquinhas e feiras v�m, encantam e ficam, enriquecendo o Rio at� mais do que o pot-pourri �tnico das casas ol�mpicas -que faz muita vista mas � ef�mero.
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